PF indicia Eduardo Braga e Renan Calheiros por corrupção

Atualizado em 20 de setembro de 2024 às 7:06
Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM). Foto: reprodução

A Polícia Federal (PF) indiciou os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, conforme informações do colunista Aguirre Talento, do UOL.

A acusação envolve o recebimento de propina para favorecer a Hypermarcas, atual Hypera Pharma, em projetos no Congresso Nacional. A empresa é responsável por produtos farmacêuticos populares, como anestésicos e antibióticos.

Segundo a investigação, cerca de R$ 20 milhões teriam sido pagos aos senadores através do empresário Milton Lyra, identificado como lobista do MDB. Em troca, os senadores teriam apoiado legislações que favoreciam a Hypermarcas em 2014 e 2015, especialmente no que diz respeito a incentivos fiscais.

A PF também afirmou que Renan Calheiros indicou um nome para a diretoria da Anvisa, buscando beneficiar o grupo dentro da agência.

5.jan.2013 - Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM)
Renan Calheiros e Eduardo Braga. Foto: Pedro Ladeira

Vale destacar que o inquérito, parte da Operação Lava Jato, foi aberto em 2018 após a delação de Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas, que revelou o esquema de repasse de propinas por meio de contratos fraudulentos.

O caso teve avanços recentes, com a PF enviando o relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Edson Fachin. A Procuradoria-Geral da República (PGR) está analisando o material para definir se apresentará denúncia.

Milton Lyra também foi indiciado por lavagem de dinheiro. Já a parte do processo que envolve Romero Jucá foi encaminhada à Justiça Federal do Distrito Federal, pois ele não possui mais foro privilegiado.

A investigação contou com depoimentos de outros ex-executivos da Hypermarcas, como João Alves de Queiroz Filho, que confirmaram os pagamentos a operadores financeiros ligados ao MDB para garantir benefícios à empresa em medidas provisórias no Congresso.

Além disso, a PF coletou provas que sustentam os relatos, como a ausência de prestação real de serviços das empresas envolvidas e ações diretas dos senadores em benefício da Hypermarcas.