PF investiga se regularização de condomínio na Zona Oeste do Rio teria motivado assassinato de Marielle

Atualizado em 24 de janeiro de 2024 às 6:50
Marielle Franco foi assassinada em 2018 – Reprodução

A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação para determinar se a disputa por terras na Zona Oeste do Rio de Janeiro foi o motivo por trás do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) em março de 2018, segundo informações do Globo.

Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de ser o autor dos disparos, mencionou em uma delação, ainda sujeita à validação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que Marielle se tornou alvo devido à sua defesa pela ocupação de terras por pessoas de baixa renda.

Ele indicou que a vereadora propunha que o processo fosse supervisionado por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação da Defensoria Pública do Rio.

Entretanto, o ex-deputado Domingos Brazão, apontado por Lessa como o mandante do assassinato, estava envolvido na regularização de um condomínio em Jacarepaguá sem respeitar os critérios de área de interesse social, indicando que o proprietário possuía uma renda superior à estipulada por lei.

O suposto objetivo era obter o título de propriedade para fins de especulação imobiliária. A questão da regularização fundiária já havia sido mencionada nas investigações da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes em 2018.

Domingos Brazão. Foto: Repodução

Dentre os investigados pelo suposto mandante do assassinato, Domingos Brazão é o único com foro privilegiado até o momento. Em sua defesa, Brazão alega inocência, sugerindo que Ronnie Lessa pode estar tentando proteger outra pessoa ao apontá-lo como mandante.

“Eu venho sangrando na cruz há algum tempo com essa acusação. Pelo menos cinco anos. Já fui investigado por todas as esferas: Polícia Civil, Ministério Público e Polícia Federal. Ninguém conseguiu provar nada contra mim. Não acredito que esses servidores estivessem dispostos a colocar suas carreiras em jogo para me proteger”, afirmou ao Globo.

“A investigação da morte da Marielle e do Anderson prendeu vários milicianos e nenhum está ligado a mim, porque não me misturo a essa gente”, completou. “Lessa deve estar querendo proteger alguém.”

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