PF pede mais tempo ao STF para investigar Eduardo Bolsonaro nos EUA

Atualizado em 3 de julho de 2025 às 23:46
Eduardo Bolsonaro durante evento de extrema-direita nos EUA. Foto: Elizabeth Frantz/Reuters

A Polícia Federal pediu mais tempo ao Supremo Tribunal Federal para concluir a investigação contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado do cargo e nos Estados Unidos desde março. O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República e conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, com foco na suposta tentativa do deputado de interferir em investigações contra organizações criminosas e na incitação à abolição do Estado Democrático de Direito.

Segundo o documento enviado nesta quinta-feira (3), o delegado da PF responsável pelo caso, Itawan de Oliveira Pereira, solicitou a prorrogação do Inquérito 4995. A medida ocorre após declarações públicas e postagens do deputado nas redes sociais, nas quais ele sugeria estar atuando para pressionar o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções contra ministros do STF e outras autoridades brasileiras.

Durante a investigação, Jair Bolsonaro prestou depoimento à PF e admitiu ter enviado R$ 2 milhões ao filho em 13 de maio, via Pix. Ele afirmou que o valor veio dos R$ 17 milhões arrecadados em campanha feita em 2023 para cobrir multas que recebeu durante a pandemia. Questionado sobre uma possível campanha específica para arrecadar valores para Eduardo, o ex-presidente negou.

Jair Bolsonaro durante julgamento no Supremo / Crédito: Antonio Augusto/STF

Bolsonaro também minimizou a possibilidade de seu filho influenciar decisões do governo americano, alegando que “os Estados Unidos não aplicariam sanções por lobby de terceiros”. A defesa do ex-presidente busca enfraquecer a narrativa de articulação internacional contra autoridades brasileiras, argumento central da investigação.

A PF tentou intimar Eduardo Bolsonaro para prestar depoimento, mas não teve sucesso. Segundo a corporação, o contato visava agendar uma oitiva virtual com o deputado, que até o momento não respondeu às tentativas de comunicação. Eduardo permanece nos Estados Unidos desde março.

O inquérito segue em andamento no Supremo, que deve analisar o pedido de prorrogação nos próximos dias. A apuração ocorre em meio a uma série de investigações contra aliados do ex-presidente, envolvendo ações supostamente antidemocráticas e tentativas de deslegitimar o sistema judicial brasileiro.