PF prende general do Exército em esquema que lembra cartéis mexicanos

Atualizado em 30 de agosto de 2023 às 17:44
Secretário de Segurança Pública do Amazonas, o general do Exército Carlos Alberto Mansur. Foto: Divulgação/ALE-RR

Secretário da Segurança Pública do Amazonas, o general do Exército Carlos Alberto Mansur foi alvo de operação da Polícia Federal, na terça-feira (29), que buscava provas sobre o suposto esquema de extorsões a garimpeiros ilegais de ouro e outros metais preciosos no Estado. Também procuravam armas, dinheiro e documentos.

Ele foi preso após os agentes terem encontrado uma arma ilegal no imóvel. O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), demitiu o subordinado no mesmo dia da ação da PF. O general já pagou fiança e foi posto em liberdade.

Segundo a coluna de Marcelo Godoy, no Estadão, após passar à reserva, Mansur foi convidado em 2021 para assumir a Secretaria da Segurança. Na época, o Amazonas vivia o avanço do garimpo ilegal e das invasão às terras da União por grileiros.

A chegada dele ao posto ocorreu depois da presença de militares no combate ao crime organizado na América Latina, que já havia se tornado comum entre os anos 1980 e 1990. O engajamento deles na chamada guerra às drogas, financiada por Washington após o fracasso das polícias locais, provocou distorções que levaram à contaminação de instituições, como no caso do México, em que oficiais de forças especiais estiveram por trás da criação do Cartel Los Zetas.

O general Salvador Cienfuegos, ex-ministro da Defesa do México, pela Drug Enforcement Agency (DEA, a agência antidrogas americana), foi preso em 15 de outubro de 2020, em Los Angeles (EUA). A prisão dele provocou uma crise diplomática que terminou em 2021 com a retirada das acusações contra o general.

No Amazonas, as investigações contra o general Mansur começaram com a verificação de informações de que seu filho Victor Mansur estaria envolvido em roubos de carregamento de ouro e pagamentos de propinas.

O problema é que o rapaz havia sido nomeado para chefiar o Neot (Núcleo Especial de Operações de Trânsito). Contra ele, o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amazonas, conseguiu a expedição de um mandado de prisão, também cumprido na tarde da terça.

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