
O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi preso nesta sexta (27) em uma nova fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal (PF). A corporação investiga o vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e tem como alvo a possível atuação de uma organização criminosa envolvida com o repasse de decisões judiciais confidenciais.
A prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e também resultou na detenção de duas outras pessoas: o advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz. Mais cedo, a PF já havia tentado cumprir a ordem e não havia localizado o prefeito.
A prisão do prefeito foi confirmada pela TV Anhanguera e pelo repórter Márcio Falcão, da TV Globo. O advogado de Eduardo, Juvenal Klayber, se manifestou informando que tomará conhecimento do processo e que irá colaborar com as autoridades. A Prefeitura de Palmas, por meio de uma nota, declarou que Eduardo recebeu a decisão com serenidade e que a mesma não tem relação com a gestão atual.
A Operação Sisamnes visa aprofundar a investigação sobre o vazamento sistemático de informações sigilosas, com impacto direto nas ações da Polícia Federal. Em maio, Eduardo já havia sido alvo de buscas, na 9ª fase da operação, quando a PF pediu seu afastamento do cargo, mas o pedido foi negado.
O prefeito é investigado por supostamente repassar informações sigilosas para o advogado Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa, em 2024.

Os investigadores acreditam que o grupo criminoso em questão usou informações confidenciais para proteger aliados, frustrar ações da polícia e construir redes de influência. Além dos mandados de prisão preventiva, a operação incluiu três mandados de busca e apreensão, bem como medidas cautelares diversas.
Diálogos obtidos pela GloboNews indicam que Eduardo Siqueira teria acesso a detalhes de um processo em curso no STJ e teria afirmado ter uma fonte dentro do tribunal.
Thiago Barbosa está preso desde março de 2025, após ordem do STF. A investigação aponta que ele conseguiu acesso a inquéritos sigilosos e repassou informações para seu tio, o governador. Wanderlei nega que tenha recebido informações privilegiadas e não é alvo da investigação.
A defesa de Thiago, através do advogado Luiz Francisco, afirmou que o cliente está sendo acusado de atrapalhar a investigação, mas acredita que não há evidências suficientes. “Não vejo crime de embaraçamento por parte do Thiago. O embaraçamento é crime material, tem que ter resultado. Se as operações ocorreram e atingiram objetivo, que prejuízo houve? Nenhum”, argumentou.