PF tenta prender prefeito de Palmas por vazamento de informações do STF

Atualizado em 27 de junho de 2025 às 11:40
O prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta sexta-feira (27) três mandados de prisão e outros três de busca e apreensão em mais uma fase da Operação Sisamnes, que apura o vazamento de informações sigilosas de inquéritos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre os alvos da operação está o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), suspeito de envolvimento em esquema de vazamento de dados.

Segundo a coluna de Fabio Serapião no Metrópoles, o policial civil Marcos Albernaz e o advogado Antonio Ianowich Filho também foram presos durante a operação. As medidas foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e estão sendo cumpridas em Palmas, onde os investigados residem. Até o momento, Siqueira Campos não foi localizado pelos agentes.

A operação faz parte de apuração sobre venda de sentenças no STF. Segundo a PF, “a apuração revelou indícios de que informações confidenciais estariam sendo antecipadamente acessadas, articuladas e repassadas a investigados, com o envolvimento de agentes públicos, advogados e operadores externos”.

A PF apontou que os envolvidos usaram essas informações para proteger aliados, frustrar ações policiais e fortalecer redes de influência no sistema judiciário.

Agente da Polícia Federal durante operação. Foto: Divulgação

As conversas encontradas pela PF durante a operação indicam que o prefeito de Palmas teria recebido informações confidenciais de um ministro do STJ pouco antes de uma operação ser deflagrada.

Em um dos diálogos, o prefeito menciona uma conversa com o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), na qual ele diz ter sido avisado por um ministro do STJ sobre uma operação da PF realizada em 2010.

Segundo Siqueira Campos, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, teria lhe informado antecipadamente sobre o afastamento de quatro desembargadores. “Esse Noronha, há 15 ou 18 anos, ele me chamou em Brasília e falou para mim: ‘Siqueira, só para avisar ao teu pai que vão ser afastados quatro desembargadores’”, disse o prefeito.