PGR defende condenação de golpistas que planejaram matar Lula, Alckmin e Moraes

Atualizado em 9 de dezembro de 2025 às 15:14
Fernando de Sousa Oliveira; Filipe Martins; Marcelo Costa Câmara; Marília Ferreira de Alencar; Mário Fernandes; Silvinei Vasques: os integrantes do ‘núcleo 2’ da trama golpista. Foto: Reprodução

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta terça (9) a condenação dos seis réus do “núcleo 2” da trama golpista. Durante a sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), ele argumentou que os réus eram responsáveis pela elaboração da “minuta do golpe” e pelo monitoramento de autoridades, como o presidente Lula, vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Corte Alexandre de Moraes.

O “núcleo 2” é formado por Fernando de Sousa Oliveira (delegado da PF), Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor internacional da Presidência), Marcelo Costa Câmara (coronel da reserva do Exército), Marília Ferreira de Alencar (delegada e ex-diretora de Inteligência da PF), Mário Fernandes (general da reserva) e Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal).

O procurador detalhou o papel de cada um na organização criminosa, incluindo o envolvimento de Fernando e Marília em ações de manipulação do resultado das eleições, e a passividade diante dos atos violentos do 8 de janeiro. Além do monitoramento de autoridades, eles tentaram interferir no processo eleitoral, especialmente no Nordeste, em 2022.

Gonet apontou que, mesmo após ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para interromper as ações da PRF, o Vasques intensificou fiscalizações, principalmente no Nordeste, com o objetivo de impedir o resultado legítimo das urnas. A atuação dele, segundo o procurador, foi diretamente ligada à tentativa de manutenção de Jair Bolsonaro no poder, usando o aparato de força do Estado para fins ilícitos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet. Foto: Antonio Augusto/STF

O chefe da PGR também mencionou a participação de Mário Fernandes no plano “Punhal Verde e Amarelo”, que envolvia o assassinato de autoridades públicas, como o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. O militar foi acusado de coordenar ações violentas da organização criminosa e de atuar na articulação com líderes que pediam a intervenção militar.

Filipe Martins foi apontado como um dos responsáveis pela elaboração do decreto que buscava romper com a ordem democrática do país. O procurador-geral reforçou que ele teve um papel substancial na organização criminosa, incluindo a busca por apoio militar para a derrubada institucional.

Já Marcelo Costa Câmara foi acusado de fornecer informações sigilosas aos militares para facilitar a captura do ministro do TSE, com a intenção de assassinar o magistrado, escondendo o alvo real da operação.

O julgamento segue em andamento, com novas sessões programadas para os dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.