
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta segunda-feira (25) que o Supremo Tribunal Federal autorize a Polícia Federal a reforçar o monitoramento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-mandatário cumpre prisão domiciliar em Brasília, utiliza tornozeleira eletrônica e responde a processo pela tentativa de golpe.
Na manifestação, Gonet defendeu que o acompanhamento seja feito em tempo real, com equipes da Polícia Federal em alerta permanente. Ele ressaltou, porém, que as medidas não podem invadir a esfera domiciliar nem gerar constrangimento aos vizinhos.
O documento foi enviado ao STF após o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informar sobre um ofício encaminhado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O parlamentar alertou para risco de fuga, citando a proximidade da residência de Bolsonaro com a Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de dez minutos de distância.
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Segundo Rodrigues, a possibilidade de evasão e pedido de asilo político foi comunicada à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determinou que a PGR se manifeste em até cinco dias sobre o ofício antes de definir quais medidas serão adotadas.

Além dessa análise, a Procuradoria deve apresentar até quarta-feira (26) um parecer sobre supostas violações das cautelares já impostas. Entre elas estão restrições ao uso de redes sociais e uma minuta encontrada no celular do ex-presidente que mencionava a Argentina como destino para solicitação de refúgio. A defesa nega qualquer irregularidade.
Fontes próximas ao Ministério Público avaliam que a situação de Bolsonaro deve permanecer inalterada até o julgamento marcado para 2 de setembro. No entanto, a PGR poderá recomendar providências adicionais dependendo da decisão do Supremo.