O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (5) que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou um crescimento de 0,1% no terceiro trimestre de 2023, em comparação com os três meses anteriores.

Esse resultado marca uma desaceleração na atividade econômica, seguindo um crescimento mais expressivo de 1% no segundo trimestre. Em relação ao mesmo período de 2022, o PIB brasileiro registrou uma alta de 2%, mantendo uma sequência de resultados positivos em bases trimestrais.

Setores e destaques

No terceiro trimestre de 2023, a Agropecuária, que teve um desempenho destacado no primeiro semestre, enfrentou uma queda de 3,3%, principalmente devido à saída da supersafra de soja no primeiro semestre. Mesmo assim, o setor continua liderando o crescimento no ano, acumulando uma alta de 8,8%.

Por outro lado, os serviços, setor crucial da economia brasileira, mantiveram a trajetória de crescimento, com uma alta de 0,6% em relação ao trimestre anterior.

Principais destaques do PIB no 3º trimestre:

• Serviços: 0,6%
• Indústria: 0,6%
• Agropecuária: -3,3%
• Consumo das famílias: 1,1%
• Consumo do governo: 0,5%
• Investimentos: -2,5%
• Exportações: 3%
• Importação: -2,1%

Consumo das famílias em alta, investimentos em queda

Na ótica da demanda, os investimentos sofreram uma queda significativa, recuando 2,5%, influenciados por taxas de juros mais altas e indefinições na agenda econômica do governo.

Em contrapartida, o consumo das famílias permaneceu em ascensão, registrando um aumento de 1,1% no trimestre e 3,3% em relação ao mesmo período de 2022.

Perspectivas

Embora o resultado do PIB tenha trazido alívio para o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca impulsionar o crescimento em 2024.

Diante das previsões de crescimento econômico consideradas baixas (1,5%), Lula pressiona por medidas de estímulo ao crédito.

A construção civil, especialmente no segmento de habitação, emerge como uma área de foco para aumentar o crédito na economia e impulsionar o PIB nos próximos meses.

Vale destacar que o programa “Desenrola Brasil”, que visa refinanciar dívidas, é uma das iniciativas em análise para estimular o crédito.

Desafios futuros

Apesar do crescimento positivo no terceiro trimestre, o governo enfrenta o desafio de manter a economia em expansão, especialmente diante das incertezas globais e internas.

As medidas de estímulo ao crédito e o foco na construção civil representam estratégias para impulsionar o crescimento e evitar uma possível recessão técnica no quarto trimestre.

Segundo especialistas, o cenário econômico permanece dinâmico, e a capacidade de adaptação do governo será fundamental para superar os desafios futuros.

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