Pior adversário de Covas, no 2° turno, será João Doria. Por Fernando Brito

Atualizado em 12 de novembro de 2020 às 11:20
O governador de SP, João Doria (à esq.), ao lado do prefeito da capital, Bruno Covas Imagem: Suamy Beydoun/Agif

Originalmente publicado por TIJOLAÇO

Por Fernando Brito

Dias atrás, este blog afirmou que Guilherme Boulos faria o segundo turno das eleições paulistanas com o atual prefeito da cidade, Bruno Covas e isso é mais que confirmado pelo resultado atrasado do Datafolha, dois dias retidos por uma esdrúxula decisão judicial tomada, nitidamente, para preservar – como se isso fosse possível – Celso Russomanno do precipício nos índices de intenção de voto.

Dá para repetir o texto: “os dados diferentes que traz são algo que todos já sabíamos: o “derretimento” da candidatura de Celso Russomanno e que o apoio de Jair Bolsonaro, em lugar de votos, traz rejeição. A candidatura de Guilherme Boulos, ao contrário, mostra que já estabeleceu uma base sólida e, por isso, será natural que muitos eleitores partidariamente alinhados com o PT comecem a ver nele a possibilidade de um segundo turno contra Covas, o candidato de João Dória.”

Não se pode adivinhar resultado de eleição, mas está evidente que iniciou-se uma migração de votos em favor do candidato do PSOL que, tudo indica, crescerá até domingo. Jilmar Tatto, do PT, em São Paulo, repete o grave erro que cometeu o PSOL no Rio de Janeiro, sem o que as duas maiores cidades do país teriam candidato de esquerda no segundo turno.

Márcio França, que chegou a ser visto como aquele que poderia absorver o sentimento anti-Doria – como, para baixo, Russomanno absorveu o antibolsonarismo – não conseguiu se livrar do tucanismo e ficou pelo caminho.

Bruno Covas, no segundo turno, terá em João Doria seu pior adversário.