
A esquerda dominou o debate nas redes sobre o PL da Dosimetria, com postagens quase sete vezes mais frequentes do que as do bolsonarismo, segundo relatório da consultoria Bites. A mobilização digital favorável ao governo Lula superou amplamente a de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a aprovação do projeto pela Câmara.
De acordo com o levantamento, desde terça-feira o PL da Dosimetria foi mencionado mais de 1,8 milhão de vezes, gerando cerca de 24 milhões de interações. O pico ocorreu na quarta-feira, quando a proposta foi aprovada.
O padrão de engajamento repete um cenário semelhante ao visto após a votação da PEC da Blindagem, com vantagem expressiva para perfis alinhados ao governo.
A versão aprovada na madrugada de quarta-feira e enviada ao Senado acelera o cumprimento da pena de Bolsonaro no caso da tentativa de golpe, mas mantém remota a possibilidade de retorno do ex-presidente às disputas eleitorais.

A articulação para a votação ganhou tração após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se apresentar como o nome escolhido pelo pai para representar a direita em 2026, o que ampliou a atenção e o embate nas redes.
Placar na Câmara
O projeto passou com 291 votos favoráveis e 148 contrários. As resistências ficaram concentradas em partidos mais alinhados ao governo, como PT e PSOL (ambos com votos unânimes contra), além de PDT e PSB, que tiveram apenas um voto favorável cada. O PL deu 75 votos a favor e um contra.
Partidos do Centrão apoiaram majoritariamente a proposta: no MDB, houve apenas cinco votos contrários; no União Brasil, quatro; e no PP, dois.