PL paga Bolsonaro, assessor e militares alvos da PF desde o ano passado; saiba valores

Atualizado em 9 de fevereiro de 2024 às 12:21
Bolsonaro e Braga Netto. Foto: reprodução

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), outros quatro alvos da operação da Polícia Federal (PF) da última quinta-feira (8), que investiga uma organização que planejou dar um golpe de Estado, receberam dinheiro do PL no ano passado, segundo informações do UOL.

Bolsonaro, atual presidente de honra do PL, e Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, recebem o salário mensal de R$ 30,4 mil. Já o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, secretário de Relações Institucionais da legenda, ganha R$ 28,8 mil por mês.

No total, Braga Netto recebeu R$ 386.183,55 do partido em 2023, segundo prestação de contas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Foi a maior quantia entre os três políticos paga pela sigla. Foram feitos 14 depósitos ao ex-ministro, sendo dois em janeiro, no valor de R$ 24,8 mil, e dois em abril — um no dia 5 e outro no dia 30 —, de R$ 28,8 mil.

Já Bolsonaro ganhou R$ 261.247,46, em nove parcelas, que começaram a ser depositadas em abril. A primeira foi de R$ 17,3 mil. A partir de maio, o valor chegou a R$ 30,4 mil.

Valdemar, que foi preso em flagrante ontem por posse ilegal de arma, levou R$ 377.371,12 ao todo em 2023. Foram 13 parcelas, de acordo com o TSE — duas em janeiro, de R$ 24,7 mil, e uma em março, de R$ 28,7 mil. Só a partir de abril passou a ser de R$ 30,4 mil.

O montante é pago com verbas públicas, do Fundo Partidário. Cada legenda recebe um valor calculado a partir do número de deputados eleitos.

Ex-assessores

Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro, foi contratado pelo PL para “serviços técnicos profissionais” e levou R$ 119.509,54 em um ano. A sigla prestou contas à Corte Eleitoral de nove depósitos, a partir de maio de 2023, com diferentes valores

Quem é Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro e alvo de operação da Polícia Federal | Paraíba | G1
Tercio Arnaud Tomaz e Bolsonaro. Foto: reprodução

Durante o governo Bolsonaro, ele era assessor especial da Presidência da República, cujo salário bruto era de R$ 13.623,39. Ele era apontado como uma das principais figuras do chamado “gabinete do ódio” do Palácio do Planalto.

Arnaud foi um dos alvos da operação com mandado de busca e apreensão. Ele teve o celular apreendido e estava na casa do ex-presidente, em Angra dos Reis, quando ocorreu a medida.

Já o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também foi contratado com a mesma finalidade de Arnaud. Ele recebeu R$ 55,5 mil desde outubro, em três depósitos de R$ 18,515,52.

Câmara já era investigado no caso de fraude do cartão de vacina do ex-presidente. Ele também foi citado no inquérito que apura a venda de presentes oficiais na gestão Bolsonaro.

Saiba quem são os alvos na ação da PF contra Bolsonaro e aliados
o coronel Marcelo Câmara. Foto: reprodução

Vale destacar que a Polícia Federal aponta o uso da estrutura do PL para a elaboração de uma minuta de decreto que previa golpe de Estado.

A PF coletou provas que indicam que integrantes do chamado “núcleo jurídico” da organização criminosa teriam utilizado uma residência alugada pelo PL em Brasília como um “QG do Golpe”. Integram este grupo o advogado Amauri Saad, apontado como autor da minuta de golpe, e o ex-assessor da Presidência Filipe Martins. Este último também foi preso.

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