PL perde a linha com Eduardo Bolsonaro em meio ao tarifaço de Trump: “Incontrolável”

Atualizado em 23 de julho de 2025 às 11:49
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

A atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem gerado crescente desgaste dentro do PL. Para lideranças do partido, o “bananinha” tem inflamado ainda mais a crise entre a direita brasileira e os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, conforme informações do blog da Andréia Sadi, do G1.

Internamente, a avaliação é de que Eduardo estaria “incontrolável”, não ouviria ninguém dentro do partido e não teria contribuído com propostas para resolver a crise instaurada.

Integrantes da cúpula do PL afirmam que o comportamento do filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prejudica a coesão partidária num momento “sensível” e que sua conduta tem acentuado o isolamento político do grupo bolsonarista.

O parlamentar nega ter solicitado o tarifaço e alega que sua intenção era apenas acionar a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, líderes do PL continuam cobrando de Eduardo uma posição mais clara para afastar qualquer associação entre suas ações nos EUA e a sanção imposta por Trump.

O deputado também foi pressionado a interromper os ataques a Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, pedido que só foi atendido após a intervenção do próprio Jair Bolsonaro. O recuo em relação às tarifas, por outro lado, segue sem resposta firme, gerando ruído interno.

Bandeira de Trump cria mal-estar no PL

Na última terça-feira (22), um novo episódio provocou ainda mais mal-estar no PL. Deputados do partido exibiram uma bandeira de apoio a Donald Trump no Congresso Nacional. A ação foi criticada a portas fechadas por setores mais pragmáticos da legenda.

Para esses parlamentares, a manifestação desviou o foco do protesto, que era contra a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de suspender as reuniões de comissões.

Os deputados Sargento Fahur (PSD-PR) e Delegado Caveira (PL-PA), que participaram do ato, ouviram de colegas que manifestações individuais são aceitáveis, mas que atos coletivos como aquele apenas prejudicam o partido em um momento de crise.

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Os deputados Sargento Fahur (PSD-PR) e Delegado Caveira (PL-PA) erguem bandeira de Trump durante ato da oposição na Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução