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O PL, partido de Jair Bolsonaro, avalia que há grandes chances de o ex-presidente ser considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, só aumenta a aposta dos integrantes da sigla na ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como ativo eleitoral para 2026, segundo informações da Folha de S.Paulo.
O caso das joias dadas de presente do governo da Arábia Saudita para Bolsonaro consolidou o entendimento de que o ex-mandatário será alvo de investigações por um longo período e que isso poderá prejudicar sua imagem.
A cúpula do partido acredita que o escândalo tem mais impacto sobre a imagem do ex-presidente do que de sua mulher, embora parte das joias fosse destinada a ela, justamente as que foram apreendidas pela Receita Federal.
Agora, o PL planeja contratar uma pesquisa de opinião para avaliar o impacto do caso das joias sobre a imagem da ex-primeira-dama.
Mesmo que acreditem que Michelle foi menos atingida do que Bolsonaro pelas revelações das joias, o caso gera apreensão entre aliados. A repercussão do escândalo levou o PL a adiar as viagens que Michelle faria pelo país. Michelle deve ser confirmada presidente do PL Mulher em evento no dia 21 de março, em uma estratégia para mantê-la sob os holofotes.
A ex-primeira-dama é citada como opção para concorrer ao Senado pelo Distrito Federal em 2026, mas também é vista como uma opção para disputar a Presidência da República caso Bolsonaro seja impedido pelo TSE.

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O governo Bolsonaro tentou trazer de forma ilegal para o Brasil dois conjunto de joias avaliadas em milhões de reais. As joias foram enviadas ao país em duas caixas, carregadas pela equipe do então ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque.
Um dos pacotes, com um par de brincos, um anel, um colar e um relógio, confeccionados com diamantes, eram destinados à então primeira-dama e avaliados em R$ 16 milhões. As joias foram apreendidas na alfândega assim que chegaram ao Brasil, porque não foram declaradas à Receita Federal.
O outro pacote, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard, não foi interceptado pela Receita.
No dia 29 de novembro do ano passado, a praticamente um mês do fim do mandato, o conjunto foi entregue no Palácio do Planalto e, segundo o ex-presidente, incorporado a seu acervo pessoal. Em entrevista à CNN, Bolsonaro disse que seguiu a lei e que não teve nenhuma ilegalidade. “Não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz”, afirmou.