“Plano sem pé nem cabeça”, diz Mourão sobre a trama golpista de Bolsonaro

Atualizado em 22 de novembro de 2024 às 23:30
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) falando em microfone em estúdio de podcast, com roupa social azul e preta, sem olhar para a câmera, sério e sentado
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) no sétimo episódio de seu podcast – Reprodução/YouTube

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República durante o governo Jair Bolsonaro (PL), minimizou a gravidade do plano revelado pela Polícia Federal, que incluía ameaças contra o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

O parlamentar classificou a operação como “sem pé nem cabeça” e negou a existência de uma tentativa real de golpe após a vitória de Lula nas eleições. As declarações foram feitas no episódio mais recente de seu podcast, “Bom dia com Mourão”, publicado nesta sexta-feira (22). Essa foi a primeira manifestação pública dele após a divulgação de detalhes da investigação da Polícia Federal sobre a suposta conspiração.

“Nós temos um grupo de militares, pequeno, a maioria militares da reserva, que em tese montaram um plano sem pé nem cabeça. Não consigo nem imaginar como uma tentativa de golpe. É importante que as pessoas compreendam que tentativa de golpe tem que ter o apoio expressivo das Forças Armadas”, afirmou Mourão.

Desde as primeiras revelações sobre a intenção de alguns grupos em manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota eleitoral — como no caso da minuta que sugeria mudanças nos resultados das eleições —, o senador tem consistentemente tentado deslegitimar as acusações, alegando que os planos não seriam viáveis ou careceriam de apoio militar suficiente.

Comentando o encerramento do inquérito conduzido pela Polícia Federal, Hamilton Mourão classificou o suposto plano de “fanfarronada”. Ele ressaltou que “não houve o deslocamento de tropa” e reiterou que as ações planejadas para atentar contra a vida de Lula, Alckmin e Moraes eram “sem pé nem cabeça”.

Apesar das afirmações do senador, a investigação revelou indícios de que militares do Exército com treinamento em forças especiais teriam se mobilizado em dezembro de 2022, nos arredores de locais frequentados por Alexandre de Moraes. O objetivo seria prender, sequestrar ou até mesmo assassinar o ministro. A operação, entretanto, foi abortada.

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