PM de Tarcísio que jogou homem de ponte é preso em SP

Atualizado em 5 de dezembro de 2024 às 11:31
O soldado de primeira classe Luan Felipe Alves Pereira, que jogou rapaz de uma ponte na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, durante abordagem – Foto: Reprodução

Na manhã desta quinta-feira (5), o soldado Luan Felipe Alves Pereira foi preso após ser flagrado jogando um homem de uma ponte na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo. A prisão foi determinada pelo Tribunal de Justiça Militar de SP, após pedido da Corregedoria da Polícia Militar. A Secretaria de Segurança Pública confirmou a informação.

Mais 12 PMs já foram afastados por envolvimento no caso, que gerou crise na segurança pública paulista.

O ato ocorreu durante uma perseguição policial registrada em vídeo na rua Padre Antônio de Gouveia. As imagens, divulgadas pelo Jornal da Globo e pela GloboNews, mostram quatro policiais abordando um motoqueiro. Um dos agentes segurou um homem e o arremessou para fora da ponte, em direção a um córrego. O caso causou ampla repercussão e foi classificado pela PM inicialmente como um “erro emocional.”

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) repudiou a ação em uma publicação no X, antigo Twitter, afirmando que atos como esse não condizem com a responsabilidade da farda policial. “Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos”, declarou. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, também criticou a ação e prometeu medidas para coibir abusos.

Os policiais envolvidos pertencem à Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) do 24º Batalhão, com sede em Diadema. O homem arremessado sobreviveu, mas ainda não foi identificado. Testemunhas afirmaram que ele saiu andando do córrego com a cabeça ferida, enquanto outro homem que estava no local foi detido.

Relatos indicam que o rapaz perseguido caiu após uma colisão com uma moto da PM durante um baile funk na região. Após xingar um dos policiais, ele foi jogado da ponte. Segundo o boletim policial, os agentes omitiram esse fato e apenas alegaram que o local era perigoso devido ao histórico de eventos ilícitos.

A ação é mais um exemplo de violência policial em São Paulo, em um momento em que a gestão Tarcísio enfrenta cobranças sobre o aumento da letalidade da PM. Dados da SSP revelam que, de janeiro a setembro de 2024, o número de mortes causadas por policiais cresceu 82% em relação ao mesmo período de 2023, com 474 óbitos registrados.

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