PM que pagou boleto de R$ 16 mil ‘durante churrasco’ para Flávio Bolsonaro disse que ‘não lembra’ como foi ressarcido

Atualizado em 9 de setembro de 2020 às 15:34
Flávio Bolsonaro – Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro admitiu em entrevista a Globo na última quarta (5), que seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, realmente pagava as contas para ele.

Se esquivando dos polêmicos fatos que envolvem a investigação de ‘rachadinha’, como por exemplo, o valor de mais de R$ 100 mil em planos de Saúde, Flávio partiu para a estratégia de defesa de tratar todo mundo como idiota. ‘Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?’, afirmou?

Em um dos trechos mais marcantes da entrevista, o primogênito de Jair Bolsonaro é então indagado sobre a quitação de um boleto por parte do PM Diego Sodré, referente à um apartamento comprado pela mulher do senador. Flávio então, sem titubear, dá uma desculpa digna de estudante da 6º série: 

‘É a maior injustiça que fazem com o PM (policial militar) que pagou para mim no aplicativo do telefone dele. A gente estava no churrasco de comemoração da minha eleição. A conta estava para vencer e, para eu não sair do evento e ir ao banco pagar, porque eu não tinha aplicativo no telefone, ele falou: “Deixa que eu pago aqui para você e depois você me dá o dinheiro”. Foi isso o que aconteceu. Fizeram até busca e apreensão no escritório dele, uma baita injustiça. Um cara que nem vive do salário da Polícia Militar, que é empresário, rala para caramba e tem dezenas de funcionários. Expõe ele e a empresa dele’.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o PM quitou um boleto no valor de R$ 16.564,81, emitido no nome de Fernanda, em outubro de 2016.

Eis que em uma antiga entrevista, datada de dezembro de 2019, o amigo churrasqueiro informa que realmente pagou a conta, mas que não se lembra de como foi ressarcido‘: “Eu sei que eu paguei a conta, isso eu sei. Agora como eu fui ressarcido, eu não lembro. Que ele me pagou, ele me pagou. Por ironia do destino, eu pedi os extratos a partir do ano de 2015. Nas primeiras folheadas, eu achei o ano de 2016. Eu fui logo no mês de outubro e achei o pagamento da cobrança. Aí eu vi que eu ressarci minha conta com transferência da minha empresa, ou seja, ele não transferiu para minha conta, entendeu? Então eu subentendi que ele me pagou em dinheiro”, contou em entrevista ao G1.