PMs “estimularam” entrada de terroristas no 8 de janeiro, diz PGR

Atualizado em 18 de agosto de 2023 às 12:51
O major Flávio Silvestre de Alencar. Foto: Reprodução/TV Globo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que a tropa liderada pelo major Flávio Silvestre de Alencar estimulou o ingresso de terroristas no Congresso Nacional durante o ataque de 8 de janeiro. A acusação consta na denúncia que resultou na prisão da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). A informação é do g1.

“Caso Flávio tivesse formado uma barreira de proteção de acesso com o destacamento do Batalhão de Choque sob seu comando, os resultados lesivos teriam sido evitados ou, pelo menos, sensivelmente minimizados”, diz trecho da denúncia.

Preso desde o dia 23 de maio, o major pediu para que policiais deixassem terroristas invadirem o Congresso Nacional na data, segundo mensagens encontradas pela Polícia Federal por meio da operação Lesa Pátria. A PGR diz que os policiais militares chegaram a sinalizar para os bolsonaristas prosseguirem na ocasião.

“Seus homens estimularam o ingresso de mais insurgentes que, momentos depois, depredariam o Congresso Nacional”, diz relatório do órgão. O documento ainda aponta que a equipe de Silvestre “detinha capacidade de impedir os danos ocorridos especificamente dentro do Congresso Nacional”.

O tenente Rafael Martins. Foto: Divulgação/PM-DF

A PGR ainda cita a atuação do tenente Rafael Martins, outro alvo da ação da PF desta sexta. Segundo a denúncia do órgão, ele “desestruturou a linha de contenção e retirou seus homens, que assistiram inertes ao avanço dos vândalos ao Supremo Tribunal Federal (STF)”.

“Rafael Pereira Martins e o efetivo que comandava permaneceram inertes, permitindo a concretização do ataque ao órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro”, diz relatório. O órgão ainda faz críticas à sua atuação na data, dizendo que o posto de comando “não é mero poder ou faculdade” e que ele não poderia deixar os policiais “à própria sorte”.

Com suas atribuições, segundo a PGR, Martins deveria “dirigir os integrantes da corporação para que se ponham a cumprir os misteres constitucionais e legais da PMDF de ‘preservação da ordem pública’ e de garantia do ‘livre exercício dos poderes constituídos'”.

A procuradoria ainda aponta que ele determinou que um efetivo formado por “200 homens com a pior formação e a menor experiência” atuasse durante a invasão. A denúncia diz que eles foram “postos de maneira covarde pelos mais altos oficiais da PMDF para conter milhares de insurgentes dispostos a confrontos físicos”.

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