PMs tentaram comprar silêncio de vítima de estupro coletivo por R$ 30 mil

Atualizado em 2 de fevereiro de 2024 às 12:15
Mulher que denunciou estupro coletivo e ficou grávida cita propostas de PMs para abafar o caso. (Foto: Reprodução)

A mulher que denunciou ter sido estuprada por 12 homens, incluindo 11 policiais militares, afirma ter recebido propostas financeiras entre R$ 20 mil e R$ 30 mil para não levar o caso adiante. As supostas ofertas foram reveladas em conversas divulgadas pelo G1, mostrando a negociação dos valores com um intermediário.

Segundo a vítima, o estupro ocorreu após ela ser “dopada” em uma festa realizada em uma casa alugada por um grupo de PMs em Guarujá, litoral de São Paulo, em julho de 2023. Ela relata que interrompeu a gravidez após o quarto mês e que inicialmente não denunciou os policiais.

A mulher revela ter sido abordada por um PM no WhatsApp pouco antes de decidir pela interrupção da gestação. Este policial, que não está diretamente envolvido no crime, atuou como intermediário do grupo e fez propostas para “comprar seu silêncio”.

Os agentes, segundo a mulher, buscavam evitar que ela levasse adiante a denúncia à Polícia Civil, revelando os nomes dos envolvidos, o que acabou fazendo em janeiro deste ano.

“Me procuraram para ‘deixar isso pra lá’, já que a minha intenção era interromper a gravidez mesmo. Pediram para que eu desse um número, disse R$ 50 mil. Responderam que estavam todos ‘quebrados’ e diminuíram para R$ 30 mil. Acabou ficando em R$ 20 mil”, disse a vítima.

As conversas revelam uma suposta negociação do valor entre os policiais, antes de ser repassado para a mulher, e também a negociação dela com o PM que intermediou o contato com os envolvidos.

Prints das conversas a respeito do estupro coletivo sofrido pela mulher. (Foto: Reprodução)

O crime

O estupro teria ocorrido em uma festa no Balneário Praia do Pernambuco, em Guarujá, onde a vítima, acompanhada de uma amiga, foi dopada enquanto ingeria bebidas alcoólicas. Ela relata ter tido relações consensuais com um dos homens antes de perder a consciência.

O registro completo do caso ocorreu em janeiro, quando a mulher procurou a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guarujá e denunciou o estupro detalhadamente, incluindo os nomes dos suspeitos. A Polícia Civil investiga o caso como estupro de vulnerável, e a Polícia Militar instaurou uma sindicância para apurar a participação de policiais no crime.

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