Pobre do país cujos ministros do STF vão se “consultar” com picaretas como João de Deus. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 24 de fevereiro de 2019 às 16:31
O STF em desfile

Gilmar Mendes deixou a relatoria do habeas corpus do picareta João Teixeira de Faria, o “João de Deus”.

Gilmar alegou “problema de foro íntimo”, algo que está na moda no governo Bolsonaro (no caso de GM, pelo menos, isso existe).

O médium está preso desde 16 de dezembro do ano passado após ser acusado de assediar sexualmente mais de 300 mulheres que procuravam atendimento em seu centro espírita em Abadiânia (GO).

Gilmar foi se “consultar” com João de Deus.

Haverá sorteio para definir seu substituto, que ficará responsável por analisar o pedido de liberdade.

Não vai ser fácil.

Segundo as contas mais conservadoras, pelo menos cinco dos onze magistrados do Supremo já estiveram com João de Deus.

Esses são os assumidos.

Além de GM, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Toffoli foram atendidos pelo sujeito.

João participou da posse de Rosa na presidência do TSE em agosto.

Em 2012, por causa de um câncer no esôfago, Barroso foi ter com o médium. Contou que foi indicado por Ayres Britto, em integrante da corte.

“Até fiquei amigo dele, gosto muito dele”, disse. A doença teria desaparecido após alguns meses. Fica implícito que Barroso atribui a “cura” a JD.

Noves fora a sandice de esses senhores e essas senhoras apelarem a um curandeiro, quanto do poder de João de Deus e, por extensão, sua impunidade durante esses anos não vieram dessas “amizades”?

É um milagre o Brasil ter chegado até aqui.