Pobreza dispara na Argentina e Milei persegue opositores negando comida a quem tem fome

Milei persegue a ponto de negar comida a opositores

Atualizado em 3 de março de 2024 às 14:09
Casal ex-classe média vive nas ruas após ser desalojado em Buenos Aires. Foto: Janaina Figueiredo

Em dezembro do ano passado, Joana, uma dona de casa de 33 anos, viu-se confrontada com a pobreza pela primeira vez, após o marido ser demitido. Com três filhas, a família começou a frequentar restaurantes populares em Buenos Aires e na Grande Buenos Aires em busca de refeições.

O aumento da pobreza na Argentina é evidente, com a taxa passando de 49,5% para 57,4%, segundo dados do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA), atingindo o nível mais alto desde 2004.

O país enfrenta uma crise social profunda, com cerca de 27 milhões de argentinos vivendo na pobreza, de acordo com cálculos da UCA.

O governo de ultradireita liderado por Javier Milei tem sido criticado por seu papel nesse aumento da pobreza. Os novos pobres são compostos por pessoas desempregadas ou endividadas, incapazes de pagar suas necessidades básicas de alimentação e moradia.

Muitos argentinos, como Juan José e Marta, acabam nas ruas depois de serem despejados de suas casas por causa de dívidas.

O governo tem enfrentado críticas por reduzir a ajuda alimentar para os mais vulneráveis e por interferir nos refeitórios populares. A situação se agrava com a escalada da inflação e o ajuste fiscal implementado.

Organizações sociais estão tentando lidar com o aumento da demanda por alimentos, mas enfrentam dificuldades devido à falta de recursos e à interferência do governo.

Em entrevista ao jornal a Globo, representantes de Ongs afirmam que o governo Milei decidiu revisar a lista de locais que são beneficiadas por incentivos estatais.

Javier Milei falando e gesticulando com expressão séria
Javier Milei voltou a causar polêmica – Reprodução

Assim, aqueles que a Casa Rosada considera vinculados a setores opositores de Milei enfrentam dificuldades para receberem benefícios.

Enquanto isso, o presidente abre uma disputa com movimentos sociais críticos a seu governo ao retirar todo o poder de administração de programas de ajuda.

Enquanto líderes políticos debatem sobre as causas da pobreza, famílias como a de Joana enfrentam a difícil realidade de lutar para garantir comida para seus filhos.

A crise social na Argentina continua a se agravar, deixando milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade e incerteza sobre o futuro.

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