
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo participaram do podcast Inteligência Ltda. na segunda-feira (21/7) — e foi um passeio no parque.
Figueiredo, especialmente, muito loquaz, pôde defender a liberdade de expressão e toda a patacoada sobre as sanções dos EUA ao Brasil numa boa. Deu listas de “jornalistas perseguidos”, a receita de como atender à chantagem do governo Trump, lacrou e mandou recados.
Entre outras coisas, alegou que o general Tomás Paiva tem encontros frequentes com o ministro do STF Alexandre de Moraes, sem ser questionado.
É assombroso que ninguém tenha lembrado dos crimes desse sujeito. Não se tocou no motivo de ele ter sido indiciado na tentativa de golpe de estado. E nem no fato de que ele foi preso em Miami depois de um golpe financeiro. A hipótese mais plausível é de que isso foi acertado pela produção para não se tocar no assunto.
Figueiredo é chamado de “jornalista”, uma espécie de salvo-conduto. Assim, ele se torna mártir da “censura”. Na verdade, é um empresário com ficha suja, negócios obscuros com imigrantes brasileiros e contatos com o submundo da extrema-direita.
Figura-chave na ofensiva internacional contra Moraes, o neto do último general ditador no Brasil foi sócio de Donald Trump no projeto Rio de Janeiro Hotel, lançado em 2013. O empreendimento nunca saiu do papel e acabou envolvido em corrupção envolvendo fundos de pensão.
Figueiredo era diretor executivo do projeto e, em 2019, foi preso em Miami após seu nome constar na lista de procurados da Interpol. Ele foi acusado de envolvimento em um esquema de propina ligado ao BRB, Banco Regional de Brasília. Após 17 dias detido, cumpriu dois anos de medidas cautelares.
Alegou às autoridades que Trump “não tinha como saber” se havia irregularidades, pois os fundos não eram de capital aberto. Como em toda organização criminosa, poupou o capo di tutti cappi. Está colhendo os frutos de sua atuação na máfia.
“Eu sou um grande defensor do Lula Livre”, Paulo Figueiredo.
Esse é o herói do Brasil? Kkkkkkk
Agora tá explicado por que o Paulinho Tic Tac não quer que ninguém toque no Lula. pic.twitter.com/8l4Y0x5Ff4
— Allan dos Panos (@allandospanos) July 22, 2025
Ele conta que a relação com os Trump começou por meio de Ivanka, em Palm Beach, e rendeu conversas diretas com o chefão. Figueiredo diz que o caso do hotel o “preparou” para os embates atuais com as instituições brasileiras.
Outro empreendimento vinculado ao grupo Trump também fracassou no mesmo período: o Trump Towers Rio, um ambicioso projeto de torres comerciais no centro da cidade, que nunca chegou a ser iniciado.
Dez anos após esse fiasco, Paulo Figueiredo reaparece como protagonista de uma conspiração internacional que eleva a tensão entre instituições brasileiras e os Estados Unidos. Além de lavar dinheiro, ele lava a biografia.
Paulo Figueiredo traz uma lista de jornalistas que teriam sofrido arbitrariedades do judiciário nos últimos anos. pic.twitter.com/0JavnFslO4
— Vinicius Carrion (@viniciuscfp82) July 22, 2025