Polêmica nas igrejas: Pastor diz que pregadores e cantores de música gospel itinerantes agem como “putas”

Atualizado em 6 de dezembro de 2020 às 13:12
Pastor Anderson Silva, sem trava na língua. Foto: reprodução da rede social

Anderson Silva é um pastor de extrema direita. Apoiou Bolsonaro, defende o armamento da população e ataca, sistematicamente, candidatos de esquerda.

Ataca o que não conhece sem apresentar argumentos consistentes.

Mas, quando fala do que conhece e do que viveu, é bom prestar atenção.

Ontem, ele fez um post em que testemunha os bastidores de um dos negócios mais rentáveis dos empreendimento evangélico: o convite para pastores e bandas se apresentarem.

Normalmente, cobram bem.

É comportamento idêntico ao de artistas como Roberto Carlos.

Sabem que são capazes de atrair grande público — que, no caso da igreja, se transforma em mais ofertas e, com sorte, na captura de leigos para se transformarem em financiadores (dizimistas).

Para Anderson, esses artistas do meio gospel itinerantes são como “putas” — a expressão é dele e foi colocada no cartão que ilustra o post do Instagram: “Agenda? Não, não quero que façam de mim uma puta gospel!”

Segue o texto:

QUE O TEMOR SE ESPALHE!

Não podemos usar as fraquezas e carnalidades do povo de Deus para produzir sistemas de lucro.

Viver de eventos não amadurecerá a Igreja, uma pregação de fim de semana não transformará obrigatoriamente sua vida.

Talvez, nossa rotina religiosa seja mais um vício do sistema que nos convocaram do que expressão da vida de Deus!

Pessoal, se seguem meus trabalhos ao Senhor por meio das redes sociais recentemente, não deve ter assistido meus vídeos sobre desistência de ministério itinerante. Por isso, estão enviando SOLICITAÇÃO DE AGENDA

Desde 2019 estou fora do cenário e não pretendo voltar. Na verdade, ainda administro o luto de ter visto que maioritariamente encaram o ministério itinerante como negócio e lucro, não para edificação do Corpo de Cristo e para a glória de Deus.

Sim, preguei em 25 países em um único ano, tinha assessoria, volta e meia se estabelecia valores para ministração em conferências, mas também julgávamos que tudo aquilo fazia parte da logística normal que já era comum a todos, que isso visava servir pessoas, levantar fundos ministeriais para transformar contextos e empregar voluntários que sonhavam em ver uma Igreja e um País melhores!

Não demorou muito para que nós víssemos que isso não passava de ingenuidade da nossa parte!

Bandas, pregadores e pastores locais conspiram para o próprio benefício e construção de impérios pessoais.

Nem toda banda é consagrada ao Senhor, nem todo ministro itinerante está levando Deus a sério, boa parte dos pastores locais desejam que seu ministério cresça e por isso leva “os famosos” que impulsionarão isso.

Eu nasci de novo, eu temo ao meu Senhor e não posso fazer parte disso!

.x.x.x.

Um dos pastores e cantores do meio gospel mais itinerantes é André Valadão. Sua irmã, Ana Paula Valadão, também roda bastante as igrejas. Mas há muitos outros.

Anderson já se envolveu em polêmica com a igreja dos dois, a Batista da Lagoinha. Queria pregar na igreja, mas teria sido rejeitado.

O pastor que responde pela franquia da Batista da Lagoinha em Niterói costuma se referir a ele como “maconheiro tatuado”.