
A Polícia Civil de São Paulo apreendeu mais de 100 mil garrafas vazias em um galpão clandestino na Vila Formosa, zona leste da capital. A operação foi realizada nesta segunda (6) e faz parte de uma série de ações voltadas ao combate da adulteração de bebidas alcoólicas, que tem provocado casos de intoxicação em diversos municípios.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o espaço funcionava sob o disfarce de uma empresa de recicláveis, mas tinha como principal atividade a venda de garrafas para reaproveitamento ilegal. Durante a vistoria, foram encontradas cerca de 103 mil garrafas de destilados (entre gim, vodka e whisky) prontas para comercialização, todas sem controle sanitário.
Outras 6 mil garrafas contendo bebidas de origem desconhecida foram apreendidas. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária por não possuir licença para funcionamento, e dois homens presentes no galpão foram autuados e passarão a responder por falsificação, corrupção e adulteração de bebidas.
A Polícia preservou o local até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística. Todo o material apreendido foi encaminhado para análise e o caso foi registrado na 1ª Delegacia Seccional do Centro. A investigação busca identificar a rede de distribuição responsável pela revenda das garrafas e das bebidas adulteradas.
Paralelamente, o Setor de Investigações Gerais (SIG) de Carapicuíba e o Grupo de Operações Especiais (GOE) iniciaram a Operação Última Dose, que cumpriu mandados em Osasco, Americana, Sumaré e Poços de Caldas (MG). Uma mulher foi indiciada e as equipes apreenderam 3.050 garrafas adulteradas, 316 mil rótulos falsificados e insumos usados na produção ilegal.
A SSP informou que, desde o início da força-tarefa para combater a falsificação, foram apreendidas 16 mil garrafas e presas 20 pessoas. O governo federal também criou um comitê informal de enfrentamento e notificou 15 estabelecimentos suspeitos, com a intenção de centralizar informações em um portal público sobre ações conjuntas entre o setor público e o privado.
O Ministério da Saúde confirmou 17 casos de intoxicação e investiga cerca de 200 suspeitas, incluindo duas mortes e 12 óbitos em análise. A pasta alerta para o risco de consumir bebidas sem procedência e orienta a procurar atendimento imediato em caso de sintomas como dor abdominal intensa e confusão mental. O SUS já disponibiliza antídotos e iniciou a importação de novos medicamentos para tratar as vítimas.