Polícia Civil do Rio virou “refúgio” para milicianos e bicheiros, diz PF

Atualizado em 25 de março de 2024 às 13:32
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar Marielle Franco. Foto: Reprodução

No relatório sobre os suspeitos de serem mandantes do assassinato de Marielle Franco, a Polícia Federal afirma que a Polícia Civil do Rio de Janeiro se tornou um balcão de negócios para bicheiros e milicianos. As investigações apontam que a corporação foi cooptada entre 2015 e 2019 durante a gestão de Rivaldo Barbosa, apontado como um dos arquitetos do atentado.

“Conforme visto em linhas recuadas, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, devidamente capitaneada por Rivaldo Barbosa, se tornou um ambiente pernicioso para que organizações criminosas das mais diferentes espécies encontrassem ali um refúgio para a impunidade dos seus crimes”, diz relatório da PF.

A corporação avalia que Barbosa criou uma organização criminosa dentro da Polícia Civil que seria suspeita de cometer crimes como corrupção, obstrução, tráfico de influência, fraudes processuais e abuso de autoridade.

Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O documento aponta que a organização criminosa era composta por agentes públicos que, mediante suas condutas ‘omissivas’ (em não apurar crimes) e ‘comissivas’ (pelo direcionamento consciente e voluntário de atos de investigação para focos diversos da realidade) permitem a manutenção do esquema criminoso envolvendo contraventores e milicianos”.

A PF ainda avalia que Rivaldo Barbosa buscava lucrar enquanto criminosos “empilhavam corpos pela região metropolitana do Rio de Janeiro”. Para a corporação, essa é a “faceta mais abjeta” da atuação do delegado na Polícia Civil.

Em seu relatório, a corporação cita uma investigação do Ministério Público que apura a suspeita de que o ex-chefe da Polícia Civil “recebia vantagens indevidas da contravenção para não investigar/não deixar investigar os homicídios por eles praticados, decorrentes das disputas territoriais para exploração do jogo do bicho”.

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