Polícia Civil realiza operação em postos de empresários suspeitos de ligação com o PCC

Atualizado em 21 de outubro de 2025 às 11:20
Mohamad Hussein Mourad, suspeito de comandar a lavagem de dinheiro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Foto: Reprodução

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (21) a Operação Octanagem, que tem como alvo seis postos de combustíveis ligados a empresários investigados por lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Com informações do G1.

A ação ocorre em Praia Grande, Santos e Araraquara, e cumpre mandados de busca e apreensão relacionados ao empresário Mohamad Hussein Mourad, apontado como um dos responsáveis pelo esquema financeiro da facção.

Segundo a investigação, os postos pertencem a Pedro Furtado Gouveia e Luiz Ernesto Franco Monegatto, ambos já investigados na Operação Carbono Oculto, que revelou a infiltração do PCC no setor de combustíveis. Mourad, considerado o principal operador financeiro do grupo criminoso, segue foragido.

Os policiais apuram que os seis postos têm ligação com Himad Mourad, primo de Mohamad e apontado como um dos articuladores do esquema. Em um dos casos, um pagamento feito em Praia Grande foi emitido em nome de um posto de Araraquara, indicando possível triangulação comercial.

Segundo as autoridades, Himad seria o verdadeiro dono de dezenas de postos, embora seu nome não apareça formalmente nas empresas.

Estrutura do esquema e objetivo da operação

A Operação Octanagem tem como meta atingir o ramo varejista da rede de lavagem de dinheiro que permanece ativa mesmo após a Carbono Oculto. A ação é acompanhada por fiscais da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, Pedro Gouveia é sócio de 56 postos e Monegatto, de 13. Ambos são suspeitos de operar empresas usadas para movimentar recursos ilícitos do PCC. As conexões identificadas incluem trocas de titularidade e vínculos indiretos entre familiares e empresas do grupo Mourad.

Posto de combustível em Santos é alvo da Operação Octanagem, deflagrada pela Polícia Civil — Foto: Yasmin Braga/TV Tribuna
Posto de combustível em Santos é alvo da Operação Octanagem, deflagrada pela Polícia Civil. Foto: Yasmin Braga/TV Tribuna

Operação Carbono Oculto

A Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, é considerada a maior já realizada contra o crime organizado no Brasil. Mais de 1,4 mil agentes cumpriram mandados em quatro estados, atingindo 350 pessoas e empresas envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.

O grupo é acusado de sonegar R$ 7,6 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais. Apenas na Baixada Santista, foram identificados 33 postos ligados à rede de lavagem, espalhados por Santos, Praia Grande, Guarujá, São Vicente, Cubatão e Mongaguá. Nenhuma distribuidora de combustíveis foi alvo direto das operações.