
Policiais do Rio Grande do Sul já prenderam 112 pessoas desde o início da catástrofe causada pelas chuvas no estado. Foram 43 detidos pelo crime de furto, 13 por importunação sexual e o restante por saques, tráfico de drogas e posse ilegal de armas, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Há um total de 27,7 mil policiais e bombeiros espalhados pelo estado e, mesmo assim, os “oportunistas de enchentes” têm se aproveitado da calamidade pública para realizar furtos em residências e comércios abandonados. Apesar da maior incidência dos crimes ser em imóveis vazios, pelo menos 41 pessoas foram presas em abrigos.
“Nos primeiros três dias, tivemos uma fase em que adotamos a decisão em salvar a vida das pessoas. Era uma situação de resgate de alto risco e a vida é o bem mais importante. Do quarto dia em diante, a demanda de salvamento foi reduzida e ficaram com os bombeiros. As polícias foram designadas para cuidar das patrulhas em abrigos e crimes nas ruas”, afirmou o secretário de Segurança Pública Sandro Caron ao jornal O Globo.

Alguns comerciantes do estado relatam que os maiores prejuízos sofridos desde o início da tragédia foram causados por furtos. Marinez Silva, dona de cinco lojas espalhadas pelo estado, conta que quatro delas foram tomadas pelas águas das chuvas e os itens foram perdidos, mas que perdeu R$ 2 milhões por roubos no estabelecimento principal, que fica em Arroio do Meio.
“São 20 mil itens levados, é uma loja de 7 mil metros quadrados, dá para ter uma dimensão do quão grande e do tanto de coisa que tinha”, relata.
Caron afirma que a pasta tem enviado agentes em embarcações para evitar a criminalidade no estado e relata que 260 policiais civis aposentador foram chamados para fazer parte do contingente. Ele também afirma que há agentes que passam o dia inteiro em abrigos com maior número de pessoas.
Apesar do número de pessoas detidas, o secretário afirma que “tudo está controlado”. “Estamos na rua e vamos continuar até que tudo se resolva. As patrulhas estão montadas para 24 horas por dia. A população deve, neste momento, não se preocupar com isso”, prosseguiu.