Polícia mira estudantes suspeitos de criar “nudes falsos” de garotas com inteligência artificial

Atualizado em 18 de dezembro de 2023 às 12:43
Polcial da DPCA apreende computador de aluno investigado no caso dos nudes falsos. (Foto: Reprodução)

Na manhã desta segunda-feira (18), a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) realizou a apreensão de celulares e computadores de alunos do 7º e 9º anos de dois colégios particulares na Barra da Tijuca, Rio.

A ação visa investigar a produção e divulgação de imagens manipuladas com inteligência artificial, apresentando estudantes como se estivessem nuas. A operação, denominada Adolescência Artificial, almeja identificar os autores das montagens e aqueles que compartilharam o material.

Os mandados foram cumpridos em mansões e condomínios da Zona Oeste do Rio, abrangendo 14 alunos do Santo Agostinho e dois do Eleva.

O delegado Marcus Vinícius Braga, titular da DPCA, destacou a importância da operação para descobrir os responsáveis pelas montagens e compartilhamentos. Durante entrevista, Marcus reforçou que “a lei é para todos”, e as investigações seguem sob sigilo.

“Esta ação de hoje comprova que a lei é para todos. A investigação continua para responsabilizar todos os envolvidos neste crime revoltante. As investigações estão sob sigilo”, disse.

Início das investigações

A investigação teve início em novembro, quando pais e mães procuraram a DPCA após a divulgação das imagens editadas.

As vítimas, aproximadamente 25 meninas, expressam preocupação com o uso dessas imagens em plataformas de conteúdo adulto. A mãe de uma aluna do Colégio Santo Agostinho destacou a impunidade percebida pelos alunos responsáveis pelo crime, ressaltando a necessidade de justiça diante das violações dos corpos femininos.

“As fotos começaram a ser divulgadas na última sexta-feira. No entanto, não fizeram nada quando souberam. O sentimento é de impunidade. A minha filha descobriu a dela no início da semana. As meninas estão tendo crise de ansiedade e chorando. Elas estão em semana de provas e não conseguem focar nos estudos”, disse a mãe de uma das vítimas.

O que diz a instituição de ensino

Em resposta ao ocorrido, o Colégio Santo Agostinho destacou que está tomando medidas necessárias para apurar os fatos, promovendo conscientização de atitudes e valores, e aplicando as medidas previstas no Regimento Escolar. O estabelecimento reafirmou seu compromisso com a formação integral dos alunos e a confiança da comunidade escolar.

Fachada do colégio Santo Agostinho. (Foto: Reprodução)

“O Colégio Santo Agostinho tomou conhecimento de que fotos alteradas de alguns de nossos alunos foram divulgadas por meio de aplicativos de troca de mensagens”, disse trecho da nota apresentada pelo colégio.

“Como escola, atuamos no âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência, e intensificamos os momentos de rotina escolar para o aprendizado de algumas situações e desafios”.

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