Qualquer movimentação considerada suspeita é motivo para moradores da zona rural de Baraúna (RN), cidade a 37 quilômetros de Mossoró, acionarem a polícia. Há 18 dias, a polícia está mobilizada numa operação para capturar dois prisioneiros que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró.
Alguns moradores se comunicam por WhatsApp e, quando veem alguma movimentação suspeita, trocam informações e ligam para os números disponibilizados pela polícia.
A recompensa para quem der informações que ajudem a prender Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, ambos ligados à facção criminosa Comando Vermelho, é de R$ 15 mil por detento.
Segundo as investigações, os fugitivos ainda estão na zona rural de Baraúna, última cidade do Rio Grande do Norte antes da divisa com o Ceará.
A operação para localizar os detentos mudou a rotina da comunidade rural, com a constante presença de viaturas e helicópteros. Enquanto alguns moradores ficam na janela ou na porta observado quem passa pelas estradas de terras, outros trancam suas casas com cadeados e mantêm portas e janelas fechadas.
“Se aparecer por aqui e eu ver, chamo a polícia imediatamente. Eles [policiais] passam na região quase todos os dias. Aqui a gente fecha a porta e as janelas para ir dormir. Eu também não atendo desconhecido”, disse a agricultora Francisca Gomes da Silva, de 66 anos, à Folha de S.Paulo.
“Eu não me preocupo porque tenho fé em Deus, além disso tem muita polícia na região. Mas há vizinhos com muito medo, trancam a porta cedo, cada pessoa pensa de uma forma”, afirmou o produtor rural José Luis da Silva, de 42 anos.
A região é cheia de propriedades rurais com produção de fruticultura irrigada, como melão, melancia, banana, mamão e cebola. Segundo a polícia, isso tem ajudado os detentos a ser alimentar.
Duas funcionárias de uma fazenda com produção de banana e cebola afirmaram terem visto os fugitivos numa área conhecida como Vila Nova 2, na última quinta-feira (29). Após a denúncia, a polícia fez uma operação para tentar capturá-los, sem sucesso.
As autoridades têm concentrado seus esforços nas localidades de Vila Nova 3, Vila Nova 2 e Vila Real, onde vários relatos têm sido comunicados à polícia.