Policiais “não deixaram ninguém ajudar” homem jogado de ponte, diz testemunha

Atualizado em 4 de dezembro de 2024 às 23:39
Montagem de três fotos de policial jogando homem de ponte
Momento em que policial atirou homem de ponte – Reprodução

O caso de um homem arremessado de uma ponte por um policial militar na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, chamou a atenção do país por ter  sido registrado por câmeras de segurança.

O episódio, que ocorreu na última segunda-feira (2), foi flagrado e amplamente compartilhado nas redes sociais, gerando pressões sobre o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Segundo testemunhas ouvidas pelo Estadão, o homem não recebeu ajuda imediata após a queda, pois os policiais impediram a aproximação de pessoas que estavam no local. “Os policiais falaram que era para todo mundo sair de perto. Eles não deixaram ninguém ajudar”, relatou uma testemunha que preferiu não se identificar.

Outro morador afirmou que a vítima estava desorientada após a queda e tinha dificuldades para responder perguntas simples.

De acordo com informações preliminares da Polícia Civil e Militar, o incidente começou durante uma abordagem policial a uma moto com dois ocupantes em um baile funk na cidade de Diadema, próxima à capital. A dupla teria desobedecido à ordem de parada, o que deu início a uma perseguição de cerca de dois quilômetros.

A perseguição terminou na Rua Padre Antônio de Gouveia, onde a moto colidiu com uma mureta. Foi nesse momento que, segundo testemunhas, um dos policiais arremessou o homem de cima da ponte após uma discussão.

A queda de aproximadamente três metros levou a vítima ao Córrego Cordeiro, causando ferimentos, incluindo um machucado na cabeça. Apesar disso, ele conseguiu escalar a encosta do córrego, enquanto os policiais tentaram, sem sucesso, capturá-lo novamente.

Testemunhas afirmaram que a vítima estava ensanguentada e bastante suja. Pessoas em situação de rua e frequentadores do baile funk tentaram ajudá-lo no local.

O caso provocou reações imediatas. Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública informou que os 13 policiais militares envolvidos foram afastados de suas funções, enquanto a Corregedoria pediu a prisão do policial que realizou o ato.

Mesmo diante da pressão pública, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que manterá Guilherme Derrite no cargo de secretário da Segurança Pública. Em entrevista à TV Globo, Antonio Donizete do Amaral, pai da vítima, revelou que o jovem trabalha como entregador e não possui antecedentes criminais.

O local do incidente, próximo à divisa entre São Paulo e Diadema, é marcado por vias movimentadas, como as Avenidas Cupecê e a Rodovia dos Imigrantes. A polícia está investigando o caso.

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