Policial agrediu e ameaçou aluno de morte em escola cívico-militar

Atualizado em 24 de abril de 2022 às 13:10
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Policial agrediu aluno em escola cívico-militar do Paraná (Foto: Divulgação/SEED)

O Ministério Público do Paraná denunciou dois policiais militares aposentados pelos crimes de ameaça, vias de fato, violência arbitrária, submissão de adolescente a constrangimento, corrupção passiva e prevaricação. Eles foram denunciados por atos cometidos em um Colégio Cívico-Militar de Imbituva, na região Centro-Sul do estado, onde os denunciados atuavam como monitor e diretor militar. Este é o segundo caso recente envolvendo violência de militares contra os alunos. Em agosto, outro policial foi preso por assediar alunas de uma escola de Francisco Beltrão.

Segundo o MP, no dia 6 de agosto, o agente militar que atuava como monitor na instituição de ensino interrompeu uma aula que estava sendo ministrada e retirou um adolescente de sala. A razão seria repreender o aluno por ter desenhado uma folha de maconha e escrito a frase “vida loca” em sua carteira escolar. O monitor então ameaçou o estudante, afirmando “que já tinha matado vários e que ele não iria fazer diferença”. Depois disso, segundo a denúncia, o policial deu um soco na nuca do estudante.

Diretor de escola cívico-militar tentou evitar denúncia
Após os fatos, tanto o monitor como o diretor militar do colégio, também policial, teriam procurado a equipe de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais que atuam no município solicitando que o ocorrido não fosse levado ao conhecimento do Ministério Público. Os agentes policiais também teriam pedido à secretária de Assistência Social para que “amenizasse” o relato sobre os crimes à Promotoria de Justiça.

Além de não ter adotado as medidas necessárias quando tomou conhecimento acerca da conduta do monitor, o diretor do Colégio Militar ainda teria atuado para evitar a punição de seu subordinado. Assim, somado aos crimes de corrupção passiva e prevaricação, o diretor também teria incorrido no crime de ameaça, uma vez que, em conversa com a secretária da Assistência Social de Imbituva, teria afirmado que “ficou sabendo que já teve um caso de uma criança da Casa Lar tacar fogo no carro do conselho, que Deus o livre se fizer isso com meu carro, ainda bem que não tenho porte de arma”, insinuando que o adolescente poderia morrer, com um tiro, caso ele tivesse uma arma.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, o monitor foi afastado logo após o acontecimento do fato e o caso foi encaminhado para a SESP tomar as providências necessárias. O diretor também se encontra afastado e o colégio está sem militares no momento.

Publicado originalmente no Plural