Policial dono da fintech 2GO Bank é preso por suspeita de golpes em SP

Atualizado em 14 de setembro de 2025 às 17:40
Cyllas Elia Júnior, policial dono da 2GO Bank
Imagem: Reprodução

O policial civil Cyllas Elia Júnior, dono da fintech 2GO Bank, foi preso neste domingo (14) em São Paulo sob suspeita de aplicar golpes financeiros em moradores do Jardim Pantanal, na zona leste da capital. Segundo as investigações, ele e comparsas exploravam a vulnerabilidade social das vítimas, oferecendo cestas básicas em troca de documentos, que eram usados para abrir milhares de contas bancárias destinadas a um esquema de lavagem de dinheiro. As informações são do UOL.

Cyllas foi levado à Corregedoria da Polícia Civil, no centro da cidade, onde deve prestar depoimento. A prisão ocorreu junto ao cumprimento de mandados de busca em cinco endereços ligados ao policial. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que a ação integra apurações conjuntas com o Ministério Público e investigações já abertas pela Polícia Federal.

Esta não é a primeira vez que o nome do policial aparece em casos de movimentações financeiras suspeitas. Em fevereiro de 2025, ele já havia sido detido em uma operação que apontou transações milionárias da fintech associadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e até a organizações terroristas internacionais. Meses depois, acabou solto e reintegrado à corporação.

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 2024. Foto: reprodução

A 2GO Bank e Cyllas foram citados em delação de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024. O delator afirmou ao Ministério Público que a fintech teria sido criada por líderes do PCC, entre eles Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa, morto dentro de um carro no Tatuapé em 2023.

As investigações atuais reforçam a linha de que a empresa servia como fachada para lavagem de dinheiro e movimentação de recursos ilícitos. Para os investigadores, o esquema teria atingido grande escala ao envolver contas abertas com dados de pessoas em situação de vulnerabilidade, usadas sem o conhecimento pleno das vítimas.

O caso soma-se a uma série de operações recentes que miram o uso de fintechs por facções criminosas. Autoridades acreditam que o modelo facilita a circulação de recursos de forma digital e dificulta a rastreabilidade, exigindo integração cada vez maior entre Receita, PF e MP. Cyllas poderá responder por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.