Políticos e padre com mais de 70 anos ajudam o RS e fazem Mourão virar piada

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) usou sua idade como desculpa para justificar a falta de ajuda às vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul. Em entrevista ao programa “Time Line”, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (24), ele questionou “quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água”.

Para surpresa apenas do bolsonarista, não faltam exemplos de pessoas com a idade até mais avançada que se colocam à disposição para auxiliar a população, seja na tragédia gaúcha ou em outros dramas vividos no Brasil.

Os ex-governadores do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT), de 82 anos, e Tarso Genro (PT), 77, saíram de casa para ajudar na distribuição de alimentos aos desabrigados.

Já Raul Pont, escritor e historiador que foi prefeito de Porto Alegre pelo PT entre 1997 e 2001, também apareceu em ações da Cozinha Solidária, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Outro exemplo é o padre Júlio Lancellotti, de São Paulo. O religioso é famoso por oferecer alimentação e abrigo aos moradores de rua e dependentes químicos que circulam pela região central da maior cidade do país. Aos 75 anos, Lancellotti ainda precisa lidar com uma onda de mentiras contra ele partidas de grupos de extrema-direita como o Movimento Brasil Livre (MBL).

Ainda nesta semana, o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), de 82 anos, foi visto em uma manifestação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Para proteger os estudantes agredidos pela Polícia Militar, ele se posicionou na linha de frente do protesto e foi atacado com spray de pimenta por um agente.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de 69 anos, também é criticado. Entre idas e vindas de hospitais por problemas relacionados à facada tomada em 2018, o líder da extrema-direita no Brasil é frequentemente visto passeando de jet ski em praias, inclusive durante desastres semelhantes em seu mandato, mas nunca usou o veículo para ajudar alguém.

Além de usar a idade como desculpa, Mourão afirmou que não seria sua obrigação ajudar o povo que o elegeu ao Senado. “Eu não vejo isso como minha função. Eu estarei tendo um desvio de função. É a minha visão”, disse o bolsonarista na entrevista.

Nas redes sociais, o ex-vice-presidente também é questionado pela mudança de postura, de “valentão” em dezembro de 2023 a “senhor de 70 anos” apenas 6 meses depois. Na ocasião, ele chamou o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) para a “porrada” durante uma discussão no Congresso: “Aqui tem braço”, provocou.

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