População de rua no Brasil cresceu 38% após pandemia, diz Ipea

Atualizado em 9 de dezembro de 2022 às 21:45
Pessoas em situação de rua debaixo do Minhocão, em São Paulo. Foto: Reprodução

Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, revelou que a população em situação de rua no Brasil cresceu 38% desde 2019, chegando a 281,4 mil pessoas sem-teto, que foram afetadas diretamente pela pandemia de Covid-19. A pesquisa divulgada na última quinta-feira (8), ainda aponta que em uma década, o aumento foi de 211%, superior ao crescimento da população geral no Brasil, de 11%. Com informações da Folha de S.Paulo.

“É possível que parte da explicação para esse resultado sejam os problemas relacionados aos dados de 2020, resultando em um viés de subestimação, e que o mesmo fenômeno tenha afetado, em algum nível, também os números oficiais para 2021”, afirma o pesquisador no estudo, Marco Antônio Carvalho Natalino.

A pesquisa é feita a partir de dados informados pelos municípios, que é preenchido pelas secretarias de assistências sociais, e pelos dados do Cadastro Único, que serve para registro e acesso a serviços essenciais de assistência. Também é adicionado ao cálculo um conjunto de taxas de pobreza e de urbanização das cidades.

O instituto ainda diz que é preciso ampliar a busca por pessoas em situação de rua para a inscrição no CadÚnico, já que a estimativa é de que os cadastrados representem 31% do contingente total. Mesmo que a contagem oficial do segmento seja parte da Política Nacional para a População em Situação de Rua, criada em 2009, os censos demográficos, inclusive o de 2022, ainda consideram a população por domicílios.

De acordo com o Ipea, a falta de dados afeta a correta avaliação da demanda por políticas públicas por parte desse segmento. Uma delas foi observada ainda na pandemia, quando o Ministério da Saúde enfrentou dificuldades em alocar um número adequado de vacinas contra a Covid-19 para pessoas sem-teto.

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