
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por sua defesa a não comparecer ao seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que começa nesta terça (2). A orientação veio com base na avaliação de que sua presença não traria benefícios ao processo.
Segundo o Metrópoles, fontes próximas a Bolsonaro indicaram que, apesar da recomendação, ele ainda não tomou uma decisão final sobre se irá ou não comparecer. Caso opte por ir, Bolsonaro precisará solicitar autorização ao STF para deixar sua prisão domiciliar, medida imposta pelo ministro Alexandre de Moraes.
A saúde debilitada do ex-presidente também tem sido citada como argumento para que acompanhe o julgamento em casa. Ele voltou a sofrer crises de soluços e vômitos desde o início do mês, quando a Corte determinou sua prisão domiciliar.
Até a manhã desta segunda (1º), a defesa não havia formalizado qualquer pedido de liberação ao Supremo e não houve manifestação oficial sobre o tema. A questão ainda está sendo analisada internamente, e o ex-presidente tem até o início do julgamento para tomar sua decisão.

Bolsonaro e seus aliados são acusados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado, além de grave ameaça contra o patrimônio da União.
No primeiro dia de julgamento, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, abrirá a sessão, seguida pela apresentação do caso pelo relator Alexandre de Moraes. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para sustentar a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pede a condenação de Bolsonaro e outros sete envolvidos.
A defesa de Bolsonaro argumenta que não há provas suficientes para sustentar as acusações e o ex-presidente tem chamado o processo da trama golpista de perseguição. A acusação tem como base documentos e depoimentos que ligam o ex-presidente a tentativas de reverter o resultado por meios ilegais.