Por que é errado falar em “bolsonarismo moderado”? Por Christian Lynch

Atualizado em 30 de abril de 2024 às 18:13
Tarcísio e Bolsonaro ao centro, em evento do PL. Foto: reprodução

 

Há um problema conceitual aqui sobre o que significa BOLSONARISMO. BOLSONARISMO não é sinônimo de DIREITA. Direita é um gênero, bolsonarista é a espécie. Uma ESPÉCIE de direita, radical e/ou extremista, antissistêmica e golpista, favorável à ditadura e à tortura. Então, quem defende a existência de “bolsonaristas moderados” e a conveniência de abrir diálogo com eles está equivocado, porque não existe bolsonarista moderado, e nenhum deles está aberto a conversa nenhuma.

O que há é uma direita MODERADA, com quem se pode e se deve ter conversa. Mas essa direita, por definição, não sendo radical, não pode ser bolsonarista. Isso não significa que, dentro dessa direita moderada, não haja quem se diga bolsonarista em outro sentido, mais fraco: o de “seguidor de Bolsonaro”, por razões puramente pragmáticas e eleitorais.

Mas o sujeito por definição não pode ser “bolsonarista” no sentido forte, porque não é radical. Um político como este não é um “bolsonarista moderado”, mas de um conservador moderado que reclama a etiqueta de bolsonarista por razões utilitárias.

Texto do colunista liberal Joel Pinheiro da Fonseca na Folha de S.Paulo. Foto: Reprodução

Aqui no Rio tem governador e senador nessa situação. Essas distinções conceituais são importantes, porque do contrário o conceito de bolsonarismo perde precisão e passa a designar todo e qualquer conservador.

Um político pode se dizer bolsonarista sem sê-lo por razões pragmáticas, eleitorais. Mas um analista rigoroso não pode cometer esses escorregões. Ate porque, incorrendo na confusão entre gênero e espécies de direita, o analista cai involuntariamente no próprio jogo do radicalismo, que é generalizar a qualidade de “bolsonarista” a todos os conservadores.

Todos sabemos que, para o bolsonarismo, ou você é bolsonarista, ou não é “verdadeiramente” conservador. Os conservadores moderados estão o tempo inteiro sob pressão para aderirem sob pena de serem jogados na vala comum de melancias, comunistas infiltrados, etc. E assim vamos “normalizando” a expressão “bolsonarista” para tornar o radicalismo antidemocrático mais palatável e, com ele, agendas voltadas para anistia e outras de erosão óbvia do sistema.

Em suma: não existe bolsonarismo moderado. Há direita moderada. E é atrás dela que se deve ir, evitando sua captura pelos extremistas- ou seja, pelos bolsonaristas.

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