Por que entrevista de Guedes à Veja pode ser vista como ameaça e as semelhanças com Zélia Cardoso de Mello

Atualizado em 19 de dezembro de 2020 às 12:48
Zélia, antes do desastre na economia, e Paulo Guedes: não existe coincidência

Três meses antes de confiscar a poupança, em 1990, Veja entrevistou Zélia Cardoso de Mello, apresentada como a economista de “charme discreto” de Collor.

Em uma de suas últimas edições de 2020, a revista nos reapresenta Paulo Guedes e a promessa de que 2021 será “o ano da virada”.

A entrevista foi recebida como uma piada em diferentes círculos.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, riu ao comentar a historinha contada por Guedes de que evitou o impeachment de Bolsonaro, com telefonemas a ministros do STF.

“Deixei de levá-lo a sério”, comentou. Segundo Maia, Guedes não cumpriu nem 10% das promessas que fez.

Na entrevista digna do Zorra Total, Guedes fala agora em crescimento de 4% em 2021.

A entrevista pode também ser vista como ameaça.

Quando Zélia apontava na Veja para um ano de controle da inflação e bonança, trinta anos atrás, veio o confisco da poupança.

O que Guedes nos reserva para 2021?

É bom ficar de olho, porque esse governo, até agora, só executou o projeto de Nero: colocar fogo em tudo.