Por que Moraes mudou postura sobre Bolsonaro e aliados no STF

Atualizado em 13 de maio de 2024 às 12:56
Bolsonaro e Moraes em evento no TST. Foto: Gabriela Biló/Folhapress

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem adotado uma postura mais cautelosa em relação aos casos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados nos últimos meses, indicam fontes próximas à corte. Essa abordagem visa reduzir os atritos com o Congresso e os ataques contra o Judiciário por parte dos apoiadores de Bolsonaro, além de evitar a percepção pública de que o ex-presidente está sendo perseguido pelo STF.

De acordo com pessoas com conhecimento dos bastidores do STF, essa mudança de tom não é exclusiva de Moraes, mas também é observada em outras autoridades ligadas a tribunais superiores, como o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Floriano de Azevedo Marques, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O episódio que exemplifica essa nova abordagem ocorreu em fevereiro, quando o passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal por ordem de Moraes, como parte da operação Tempus Veritatis. Apesar disso, não foram tomadas medidas mais drásticas contra o ex-presidente desde então.

Outro momento que despertou atenção foi a revelação de que Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após a apreensão do passaporte, levantando a possibilidade de que Moraes determinasse sua prisão.

No entanto, o ministro alegou que “não há elementos concretos que indiquem —efetivamente— que o investigado pretendia a obtenção de asilo diplomático para evadir-se do país e, consequentemente, prejudicar a investigação criminal em andamento”, apesar do aceno com a possibilidade de escapar do alcance da PF.

Bolsonaro na embaixada húngara. Foto: reprodução

Recentemente, Moraes decidiu pela soltura do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que estava preso desde março. Além disso, o acordo de colaboração premiada do militar foi mantido integralmente, após análise da Polícia Federal e manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República.

No TSE, tribunal presidido por Moraes, também houve uma situação favorável aos bolsonaristas, com a suspensão do julgamento sobre o senador Jorge Seif (PL-SC), que corria o risco de perder o mandato. O ministro Marques, relator do caso, pediu mais provas no processo e suspendeu o julgamento, contando com a concordância da maioria do tribunal.

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