Por que Moro defende tanto os fabricantes de cigarro, a indústria que mata? Por Moisés Mendes

Atualizado em 3 de junho de 2019 às 7:56
Moro: onde há fumaça, tem fogo

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO AUTOR.

Sergio Moro defende os cigarros como nunca um ministro defendeu, e artistas aparecem fumando na nova novela da Globo, A dona do pedaço.

Enquanto isso, as estatísticas mostram que o número de fumantes vem caindo todos os anos.

As fumageiras não podem perder mercado e jogam pesado, com apoio do xerife da Lava-Jato. Mas é fácil entender a cumplicidade da Globo, que faz tudo por merchandising e dinheiro.

Mas qual é a explicação para o empenho de alto risco do ex-juiz em defender o cigarro nacional? O que Sergio Moro ganha com isso?

Sim, eu sei que ele diz defender o cigarro nacional porque o contrabandeado é mais nocivo á saúde. O nível geral de imbecilidade não pode ter chegado ao ponto de aceitar essa explicação.

A pergunta que se impõe é esta: por que Sergio Moro, em meio a tantas preocupações com tiros, balas e fortes emoções, defende o cigarro?

.x.x.x.

PS: Informações para reflexão:

A Globo publicou ontem no Fantástico longa reportagem sobre fábricas clandestinas de cigarros e mencionou a alta tributação do produto, que Moro quer reduzir.

No Brasil, a Philip Morris Internacional tem sede em Curitiba, a cidade de Sergio Moro e do advogado e lobista Carlos Zucolotto Júnior, padrinho de casamento do ex-juiz.

Em sua página na internet, a empresa apresenta argumentos hoje usados por Moro na defesa da redução de tributos para a indústria de cigarro.

Diz a Philip Morris:

“Nos esforçamos para ser uma empresa com responsabilidade social e ambiental e estamos dedicados a combater o comércio ilícito de cigarros.”

“Os nossos produtos são a escolha de 150 milhões de consumidores no mundo, e para aqueles que escolherem continuar fumando, vamos continuar oferecendo produtos da melhor qualidade.”

Pelo que diz, Moro assina embaixo.

É sabido que o ex-juiz gosta de charutos — mas os melhores são de Cuba, não da Philip Morris.