Por que mulheres maduras gostam de homens jovens

Atualizado em 9 de julho de 2013 às 13:35

Uma amiga do escritor Fabio Hernandez tem um depoimento a dar.

A Primeira Noite de um Homem
A Primeira Noite de um Homem

Vi ontem a cena em que Miss Robinson seduz o jovem Benjamin em A Primeira Noite de um Homem.

Uma veterana e um garoto. Não era comum como hoje. Isto me trouxe à lembrança uma carta que recebi de uma amiga jornalista que, como Miss Robinson, gosta de derrubar jovens. A carta foi uma resposta a um texto em que eu dizia que era patético um casal em que a mulher parecesse mãe — às vezes avó — do cara.

Note, não estou dizendo que com homens velhos e garotas que pareçam netas a coisa seja melhor.

O desabafo de minha amiga, que se não gostasse tanto de dar nas horas vagas poderia ter virado uma escritora:

Mulheres bonitas, sensuais e maduras despertam, sim, paixão em homens mais jovens e interessantes. E as cinqüentonas que já experimentaram na cama ou no chão o vigor selvagem de um rapaz no seu auge, entendem direitinho o entusiasmo de um amigo mais velho que de repente se deixa fisgar pelo frescor físico e mental de uma moça. Mesmo que, depois, venha o abandono.

Homens podem achar que não, mas mulheres conversam sobre pau. Pau grande, pequeno, grosso, fino, reto, torto. Falam dos paus que não precisam de manuseio nem de nenhum guindaste especial. Nem de álcool, nem de clima nem de Viagra. Homens que se excitam loucamente só de falar com você ao telefone, só de dizer oi, só de estar na sua frente, mesmo que ambos estejam completamente vestidos. Francamente, desculpem-me os coroas, isso não acontece com os homens mais velhos. Não acontece sobretudo com os maridos mais velhos nos longos casamentos.

Posso contar um segredo? Os homens que sentem urgência em levar uma mulher madura e inteira para cama não são os mais velhos. São os mais jovens. Os bonitos e inteligentes se sentem envaidecidos. Antes, por excesso de pudor ou autocrítica, muitas mulheres nem sequer ousavam. Agora, há quem experimente e recomende. Não para casar. Mas, para conhecer algo novo, surpreendente. Mesmo que seja uma roubada a longo prazo. Mesmo que ela se iluda achando que poderá manter o controle sobre os sentimentos.

É como aprender, depois dos 50 anos, a mergulhar de cilindro em águas transparentes ou se jogar num vôo de asa delta. Muda a respiração. A gravidade, o ambiente. Aceleram-se os batimentos cardíacos. O prazer ganha, por alguns momentos, uma outra dimensão. É efêmero, sim, e daí?

Se quisermos aprender com os gregos antigos sobre o assunto, é prudente recorrer a um discípulo de Sócrates, o filósofo hedonista Aristipo de Cirene (435 AC – 356 AC). Hedonismo vem do grego hedone – “prazer”. Na descrição da Wikipédia, o hedonismo é “a tendência a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o que possa ser desagradável”. Mas, atenção mulheres, para o detalhe que faz toda a diferença: Cirene defendia um controle racional sobre o prazer para que não se desenvolvesse uma dependência perniciosa. Para que não nos tornássemos reféns incondicionais dos prazeres. Se você quiser experimentar, vá com calma, desfrute, aproveite, ensine, aprenda, leia a bula, evite overdose. Um rapaz no seu auge faz muito bem à pele, aos cabelos, e ao ego. É melhor do que todos esses cremes importados que prometem milagres