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O senso comum do futebol diz que o craque do time deve bater a primeira ou a última cobrança em uma disputa de pênaltis. Na eliminação do Brasil para a Croácia, pelas quartas de final da Copa do Mundo, o técnico Tite não seguiu esse padrão e escolheu, em vez de Neymar, o menino Rodrygo, de 21 anos, que perdeu a cobrança.
Batedor oficial da Seleção Brasileira, Neymar dificilmente erra um pênalti. Desde 2018, fez 34 cobranças e errou apenas três. Caso tivesse convertido o primeiro contra a Croácia, os demais jogadores ficariam muito mais motivados para o restante da disputa.
Os técnicos costumam selecionar o melhor jogador da equipe para abrir ou fechar as séries de penalidade, que são os momentos de maior pressão. No entanto, Tite preferiu jogar a responsabilidade no colo do jovem atacante do Real Madrid, que havia entrado no lugar de Vinícius Júnior – um dos destaques do Brasil na Copa – em uma substituição que ninguém entendeu direito.
Tite ainda poderia ter consertado o erro na quarta cobrança, mas preferiu pelo zagueiro Marquinhos, que acertou a trave e selou a derrota. Neymar talvez seria o quinto jogador brasileiro a bater, porém não teve a oportunidade, coisa que o gaúcho poderia ter antevisto.
Foram muitas escolhas erradas do treinador, que se despediu da Seleção nesta sexta-feira (9) com mais uma decepção que poderia ter sido evitada.
No intervalo da prorrogação, após o Brasil abrir o placar, Tite substituiu o lateral-direito Éder Militão, que vinha fazendo uma ótima partida, pelo lateral-esquerdo Alex Sandro, deslocando Danilo, que vinha atuando na canhota desde o início do jogo, para sua posição original. Foi justamente pelo lado direito que saiu o gol de empate da Croácia, a quatro minutos do fim da partida.
O volante Fred, que havia entrado para reforçar o meio-campo e segurar o ataque croata, era o jogador mais adiantado da equipe no momento em que a Croácia recuperou a bola e iniciou a jogada do gol de empate.
Na visão de grande parte dos torcedores nas redes sociais, Tite foi o principal responsável pela derrota do Brasil, que desde 2002 não vence uma seleção europeia em um mata-mata de Copa do Mundo.
Com o gol marcado contra a Croácia nas quartas de final da Copa, Neymar chegou a 77 e igualou-se a Pelé como o maior artilheiro da história da seleção brasileira, iniciada em 1914.
Bolsonarista e mala sem alça fora de campo, o Adulto Ney marcou, errou, fez falta, passou — e correu muito. O camisa 10 do Brasil atingiu a marca de Pelé em 124 partidas pela equipe principal.
No final da partida, ele desabou no campo, chorou muito e foi consolado pelos companheiros. Esta pode ter sido a última Copa de sua carreira.