Por que o passado de Michelle Bolsonaro é tão misterioso

Atualizado em 1 de julho de 2025 às 14:27
Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama. Foto: reprodução

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), embora seja uma das figuras mais conhecidas da política brasileira contemporânea, consegue manter seu passado em segredo, principalmente o que fazia antes de se casar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Recentemente, a apresentadora Teônia Pereira especulou que ela era garota de programa antes da fama, o que lhe rendeu um processo.    

No podcast IelCast, do Piauí, a comunicadora disse que Michelle teria a profissão alternativa no passado, além de afirmar que membros de sua família “têm passagem pela polícia”, o que é comprovado.

A ex-primeira-dama tem duas filhas: Laura, do casamento com Bolsonaro, e Letícia, de um relacionamento anterior e que abre margem para todas as especulações. Quando sua primogênita nasceu, a líder do PL Mulher tinha 19 ou 20 anos – as informações são incertas – e nunca teve a guarda da criança.

O pai de Letícia, o engenheiro Marcos Santos da Silva, era um homem mais velho e assumiu a responsabilidade pela tutela dela. O distanciamento de Michelle na criação da filha surge como o principal alicerce para as teorias sobre o passado da mulher que virou o rosto da extrema-direita evangélica.

Michelle Bolsonaro e a filha Letícia

O que Michelle conta que fazia antes da fama

Na juventude, ela teria trabalhado como promotoria de eventos e chegou a atuar como modelo, mas abandonou a carreira após o conselho de uma missionária da igreja evangélica que frequentava.

Em 2004, ingressou na Câmara dos Deputados como secretária parlamentar, primeiro no gabinete do deputado Vanderlei Assis (PP‑SP), depois Marco Aurélio Ubiali (PSB‑SP). Mais tarde foi chamada para atuar no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, ainda pouco conhecido, em setembro de 2007.

Michelle e Jair selaram um pacto antenupcial apenas nove dias após ela assumir seu gabinete, o que chamou atenção na época. Casaram-se civilmente em novembro de 2007 e, em 2008, ela foi exonerada após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir o nepotismo .

Família criminosa

O que chama atenção — e invisibilizou parte de sua trajetória — é a severa escassez de informações sobre sua infância e adolescência no ambiente comunitário em que cresceu. O jornal francês Le Monde relatou que ela veio “de um lar humilde na Ceilândia”, região administrativa mais populosa do Distrito Federal.

A imprensa brasileira aponta que sua avó materna, Maria Aparecida, que morreu de covid-19 em 2020, vivia em condições de pobreza na favela Sol Nascente, onde foi presa por tráfico de drogas em 1997, quando Michelle tinha 15 anos.

Esse silêncio sobre suas origens contrasta com a repercussão de casos envolvendo familiares. Maria Aparecida foi detida com 169 embalagens de “merla” (subproduto de cocaína) e cumpriu pena até 2000.

A mãe, Maria das Graças, foi alvo de inquérito em 1988 por usar identidade falsa, mas o processo foi arquivado por prescrição em 1994. Defensora da família e dos “bons costumes”, a ex-primeira-dama pouco aparece em público ao lado de seus parentes.

Prontuário Civil que mostra o passado criminoso de Maria das Graças. Foto: Veja