Por que os irmãos Brazão decidiram matar Marielle, segundo a PF

Atualizado em 25 de março de 2024 às 12:52
Marielle Franco, vereadora assassinada por milicianos no Rio de Janeiro. Foto: reprodução

A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi assassinada, em março de 2018, devido à sua oposição aos interesses dos irmãos Brazão, conforme relatório da Polícia Federal (PF). O documento revela que Marielle representava um “obstáculo para os interesses dos irmãos”, especialmente no que diz respeito à questão da moradia e ao combate às milícias.

Ronnie Lessa, autor dos disparos que tiraram a vida da vereadora e do motorista Anderson Gomes, afirmou que o planejamento para o assassinato teve início em setembro de 2017. Segundo o ex-PM, que confessou o crime, Marielle representava uma ameaça aos interesses políticos dos Brazão, que ocupavam cargos importantes no Rio de Janeiro.

As investigações revelaram que os irmãos Brazão estavam incomodados com a atuação da então vereadora em relação aos loteamentos de milícias no Rio. A parlamentar do Rio de Janeiro, juntamente com lideranças comunitárias, se opunha a essas práticas, o que gerava constantes reclamações por parte dos irmãos.

A tensão entre Marielle e os Brazão se intensificou no segundo semestre de 2017, quando a vítima se posicionou contra o PLC 174/2016, proposto por Chiquinho, que também era vereador na época.

O projeto, que flexibilizava as regras de ocupação do solo, foi aprovado na Câmara no dia do assassinato de Marielle, mas foi revogado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que considerou o texto inconstitucional.

Ronnie Lessa, autor confesso dos disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes. Foto: reprodução

Um elemento-chave no desenrolar do crime foi a presença de um infiltrado no PSOL, identificado como Laerte Silva de Lima. Ele repassava informações aos envolvidos no planejamento do assassinato, incluindo a suposta rivalidade direta com Brazão e detalhes da agenda da vereadora. Ronnie Lessa afirmou que recebeu a promessa de receber lotes em um empreendimento imobiliário como recompensa pelo crime.

No último domingo (24), a PF prendeu suspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle, incluindo os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa. No entanto, Domingos Brazão nega qualquer ligação com o crime, enquanto a defesa de Rivaldo aguarda acesso aos autos para se pronunciar.

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