Por que os militares voltaram? Por Gilberto Maringoni

Atualizado em 12 de fevereiro de 2021 às 15:41
Bolsonaro cumprimenta o ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas-Boas — Foto: Marcos Corrêa/PR

Publicado originalmente no perfil de Facebook do autor

A entrevista do general Villas Boas, mostrando o envolvimento Institucional das Forças Armadas no processo golpista de 2016-18, suscita uma constatação dura.

Se os governos pós-ditadura não tivessem se acovardado e decidido criar uma comissão da verdade com consequências efetivas, como as do Chile e Argentina, a sanha truculenta dos militares teria sido cortada na raiz.

A punição exemplar de torturadores e da cadeia de criminosos da ditadura teria inibido a desfaçatez de gente como o próprio Villas Boas, além de tipos como Heleno, Mourão, Braga Neto, Pazzuelo etc.

Ao invés de tribunais para elucidar e punir crimes, as turmas dos quartéis foram trazidas de volta à cena política com a malfadada missão ao Haiti.

Nada acontece por acaso.

Gilberto Maringoni
Gilberto Maringoni, professor de Relações Internacionais da UFABC e candidato do PSOL ao governo de São Paulo, em 2014