Postos oficiais do Corinthians estão ligados a alvos de operação contra o PCC

Atualizado em 6 de outubro de 2025 às 9:36
Posto Corinthians localizado na Avenida Líder, na Zona Leste de São Paulo, um dos endereços ligados a investigados da Operação Carbono Oculto – Foto: Reprodução

Três postos oficiais do Corinthians, divulgados pelo próprio clube em seu site, estão registrados em endereços ligados a investigados da Operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva já realizada contra o PCC. A operação, deflagrada em agosto, revelou um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes tributárias que teria movimentado mais de R$ 8 bilhões em quatro estados. Com informações do G1.

O Corinthians informou que não administra os postos e que a marca foi licenciada a uma empresa intermediária, responsável pelos contratos de operação.

“O Sport Club Corinthians Paulista informa que não é o administrador responsável pelos postos de gasolina citados pela reportagem. Nesses casos o Clube esclarece que trata-se de um contrato de licenciamento de sua marca. O Corinthians também informa que acompanha com máxima atenção o andamento das investigações para – se necessário – tomar as medidas jurídicas cabíveis em relação aos contratos de licenciamento com os postos de gasolina citados pela reportagem.”

Os três estabelecimentos funcionam na Zona Leste de São Paulo e são bandeira branca. De acordo com registros da ANP, estão associados às empresas Auto Posto Mega Líder Ltda, Auto Posto Mega Líder 2 Sociedade Unipessoal Ltda e Auto Posto Rivelino Ltda. Todos aparecem vinculados a nomes de investigados na Operação Carbono Oculto, entre eles Pedro Furtado Gouveia Neto, Himad Abdallah Mourad e Luiz Ernesto Franco Monegatto.

O Ministério Público de São Paulo apura se há indícios de infiltração do grupo criminoso em gestões anteriores do clube, que teria alugado imóveis de suspeitos apontados pela Justiça como financiadores do PCC. Também foram encontradas notas fiscais de abastecimento em postos investigados, incluindo o Auto Posto Gold Star, próximo ao Parque São Jorge.

Armando Hussein Ali Mourad – Foto: Reprodução

O contrato de licenciamento da rede de postos foi assinado em 2021, durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. O ex-presidente disse desconhecer qualquer irregularidade.

“Trata-se de um contrato de licenciamento que previa a criação da rede de postos Corinthians, já existente no clube antes da minha posse como presidente. Os aditivos contratuais assinados em minha gestão autorizaram a operação das primeiras unidades e passaram pelos órgãos competentes do clube, tendo sido assinados com empresas autorizadas por agência fiscalizadora federal. Desconheço que tenha havido qualquer irregularidade ou denúncia feita sobre esse contrato até o último dia de minha gestão.”

A Agência Nacional do Petróleo informou que a divergência entre registros na Receita Federal e na ANP caracteriza irregularidade. O órgão afirmou que notificará as empresas para atualizar os dados cadastrais e, em caso de descumprimento, poderá abrir processo administrativo que leve à perda da autorização de funcionamento.