
O assassinato de Charlie Kirk, extremista de 31 anos morto em Utah, desencadeou uma onda de demissões e afastamentos nos Estados Unidos. Em menos de 24 horas, uma vice-reitora no Tennessee, um funcionário de comunicação de um time da NFL, uma colaboradora da Next Door em Milwaukee e o cofundador de um restaurante em Ohio perderam seus empregos após publicarem mensagens consideradas ofensivas sobre o caso.
Segundo o jornal americano The Washington Post, as declarações, muitas vezes em forma de memes ou comentários irônicos, foram classificadas como “insensíveis” ou “incompatíveis com os valores institucionais”.
A Universidade Estadual do Tennessee, por exemplo, anunciou a demissão de sua vice-reitora Laura Sosh-Lightsy poucas horas depois de ela escrever que Kirk havia “selado seu destino”. A instituição destacou que sua postura era incompatível com a missão acadêmica.
O episódio não foi isolado. Ao menos uma dúzia de empregadores, incluindo Carolina Panthers, Universidade do Mississippi e a agência federal FEMA, suspendeu ou desligou funcionários. Casos semelhantes já haviam ocorrido em 2024, após a tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas o volume de reações após a morte de Kirk foi ainda mais intenso.

Entre as punições mais duras, a MSNBC demitiu o analista político Matthew Dowd por comentários feitos ao vivo logo após o ataque, considerados inapropriados. Na FEMA, um analista de dados foi afastado depois que a ativista de direita Laura Loomer expôs suas mensagens no Instagram. Escolas e universidades em estados como Iowa, Massachusetts e Tennessee também anunciaram a suspensão de professores.
As reações chegaram ao governo. O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, pediu medidas contra estrangeiros que celebraram a morte de Kirk online. Já autoridades estaduais, como o comissário de Educação da Flórida, advertiram que educadores seriam responsabilizados por declarações ofensivas, ressaltando que servidores públicos estão sujeitos a padrões mais rígidos de conduta.
A maioria dos contratos no setor privado é regida pela cláusula de “emprego à vontade”, que permite demissões com ou sem justificativa. Ainda que a Primeira Emenda proteja parte dos discursos políticos de servidores públicos, os limites são estreitos, o que reduz a chance de reversão judicial.
A onda de “cancelamento” tem se repetido no Brasil. Figuras de extrema-direita, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), têm atacado usuários das redes sociais que zombaram do assassinato de Kirk e sugerido que os Estados Unidos impeçam suas entradas em seu território.