PP afasta André Fufuca após ministro anunciar permanência ao lado de Lula

Atualizado em 8 de outubro de 2025 às 12:23
O ministro dos Esportes, André Fufuca, e o presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O ministro dos Esportes, André Fufuca, foi afastado do Progressistas (PP) nesta quarta-feira (8), dois dias após declarar publicamente apoio ao presidente Lula (PT). A decisão foi comunicada pelo presidente do partido, Ciro Nogueira, que anunciou também a intervenção no diretório estadual do Maranhão, retirando Fufuca do comando da legenda no estado.

Em nota, o PP afirmou que o afastamento ocorre por “desobediência à orientação da Executiva Nacional”, que havia determinado a saída de todos os filiados do governo Lula.

“Diante da decisão de desobedecer à orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido”, informou o comunicado.

O texto reforça que o Progressistas “não faz e não fará parte do atual governo”, alegando falta de “identificação ideológica ou programática” com a gestão petista.

Comunicado do Progressistas (PP) sobre o afastamento de André Fufuca. Foto: Reprodução

“Eu estou com Lula”

Na segunda-feira (6), durante evento no Maranhão, Fufuca apareceu ao lado de Lula e fez uma declaração direta de lealdade política: “Eu estou com Lula.” O gesto contrariou o ultimato dado por Ciro Nogueira para que o ministro deixasse o governo até o início de outubro.

O afastamento de Fufuca ocorre em meio à tensão entre o Centrão e o Palácio do Planalto, que tenta manter o apoio de aliados regionais mesmo sem o respaldo das cúpulas partidárias.

No início de setembro, a federação formada por União Brasil e Progressistas anunciou que seus integrantes deveriam abandonar cargos no governo federal, como parte de uma estratégia política voltada às eleições de 2026. O comunicado previa punições disciplinares para quem não acatasse a decisão.

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), também contrariou a determinação de sua legenda ao anunciar que permanecerá no cargo até 2025, aumentando o desconforto entre as lideranças partidárias.

No caso de Sabino, a cúpula do União Brasil se reúne na manhã desta quarta-feira para analisar um processo que pede a expulsão do ministro por suposta infidelidade partidária.