Petro pede “mais democracia” e defende anistia geral para a Venezuela

Atualizado em 10 de dezembro de 2025 às 21:29
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, durante discurso em cerimônia oficial em Bogotá. Foto: Raúl Arboleda/AFP

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou nesta quarta-feira (10), na rede social X, uma série de mensagens em que defende “uma anistia geral e um governo de transição” na Venezuela. As postagens ocorreram no mesmo dia da cerimônia do Prêmio Nobel da Paz que homenageou a líder opositora venezuelana María Corina Machado.

Petro declarou: “O governo Maduro precisa entender que a resposta à agressão externa não se resume à mobilização militar, mas sim a uma revolução democrática. Um país se defende com mais democracia, não com mais repressão ineficaz”.

Em outra parte do pronunciamento, o presidente colombiano afirmou: “Trata-se de uma anistia geral para não prolongar a pena de prisão”. Em seguida, ele fez referência ao pós-guerra europeu: “Os povos da Europa derrotaram a invasão de Hitler com um grande pacto político e social que garantiu aos trabalhadores a participação nos lucros, a segurança social e melhores salários após a guerra”.

“Foram os trabalhadores armados nos exércitos de resistência dos EUA, da União Soviética e da Europa que venceram a guerra contra Hitler, e o fizeram porque sabiam que isso levaria a uma sociedade mais democrática na Europa”, completou o presidente.

As declarações ocorreram no mesmo dia em que os Estados Unidos interceptaram um petroleiro próximo à Venezuela, ação classificada pelo presidente Nicolás Maduro como “interferência ilegal e brutal”. A apreensão foi confirmada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. María Corina não compareceu pessoalmente à cerimônia do Nobel e foi representada pela filha, Ana Corina Sosa Machado.

Horas após as publicações de Gustavo Petro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma ameaça direta ao colombiano ao comentar a interceptação do petroleiro próximo à Venezuela. “É melhor ele ficar esperto, ou será o próximo. Espero que ele esteja escutando: será o próximo”, afirmou Trump a jornalistas, além de acusar a Colômbia de enviar cocaína aos EUA.