‘Precisamos sair desse luto e ir para a luta’, afirma Macaé Evaristo sobre caso Silvio Almeida

Atualizado em 10 de setembro de 2024 às 9:08
Macaé Evaristo (PT-MG), nova ministra dos Direitos Humanos, de roupa vermelha, de perfil, falando em microfone, séria
Macaé Evaristo (PT-MG), nova ministra dos Direitos Humanos – Reprodução

Macaé Evaristo (PT-MG) é a nova Ministra dos Direitos Humanos, sucedendo Silvio Almeida, demitido na última sexta-feira (6) após denúncias de assédio sexual. Em sua primeira declaração pública após a nomeação, ela afirmou nesta segunda-feira (9) que o país deve “sair desse luto e ir para a luta”.

A petista enfatizou a importância das investigações sobre as denúncias contra Almeida, destacando que “os órgãos responsáveis devem realizar as apurações devidas”. Ela manifestou seu compromisso com o “direito dos denunciantes” e com o “amplo direito de defesa”, garantindo a privacidade e o sigilo das partes envolvidas, especialmente das pessoas afetadas.

A nova ministra, que já iniciou seus trabalhos no ministério, afirmou: “Não vamos olhar para trás, vamos olhar para a frente”. Ela revelou que sua equipe está realizando um diagnóstico da situação do ministério. A cerimônia oficial de posse de Evaristo está marcada para a próxima semana.

A escolha dela para o cargo foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a recebeu no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (9). Em suas redes sociais, o chefe do governo deu as boas-vindas à nova ministra e desejou sucesso em seu trabalho.

Professora com uma carreira distinta na educação e no ativismo negro, Evaristo foi secretária municipal de Educação em Belo Horizonte e secretária estadual de Educação de Minas Gerais. Durante o governo de Dilma Rousseff, atuou como secretária de Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Atualmente, está em seu primeiro mandato como deputada estadual e é prima da renomada escritora Conceição Evaristo.

A mudança no Ministério dos Direitos Humanos foi motivada pela necessidade de uma nova liderança, com o governo buscando uma mulher negra para o cargo. Silvio Almeida, que enfrentou uma crise após as denúncias, foi afastado para minimizar riscos e buscar um consenso com movimentos de direitos humanos e seu partido.

As acusações contra Almeida foram divulgadas pela ONG Me Too Brasil e confirmadas em parte pela Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que alegou ter sido vítima de assédio. Almeida se encontrou com autoridades do governo para tratar das acusações e nega todas as alegações, afirmando que irá provar sua inocência.