Prefeito bolsonarista de SC chuta Carluxo: “O povo não é gado”

Atualizado em 7 de novembro de 2025 às 13:15
O prefeito bolsonarista de Pouso Redondo (SC), Rafael Tambozi (PL). Foto: Reprodução

A revolta contra a intervenção da família Bolsonaro em Santa Catarina ganhou novo capítulo. O prefeito de Pouso Redondo, Rafael Tambozi (PL), publicou um vídeo nas redes sociais para criticar a tentativa de impor a candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado pelo estado.

“O povo de Santa Catarina não é gado. A gente não é tocado por diante”, declarou Tambozi. “Quando vem essa imposição da candidatura do Carlos Bolsonaro, tirando do PL catarinense a nossa liderança consolidada, que é a Carol de Toni, isso não combina com o nosso estado. Carol conhece Santa Catarina, conhece Pouso Redondo, ajuda o nosso município. É uma liderança legítima”, disse o prefeito.

A fala de Tambozi reforça a reação crescente entre prefeitos e parlamentares do PL que se opõem à tentativa da família Bolsonaro de controlar as candidaturas do partido em Santa Catarina. O prefeito de Pouso Redondo é um dos que defendem abertamente a chapa formada por Caroline de Toni (PL) e Esperidião Amin (PP), nomes locais que disputam espaço com Carlos Bolsonaro.

Tambozi, que recorre no cargo após ser cassado por compra de votos nas eleições de 2024, também aproveitou o vídeo para alfinetar Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem vivido nos Estados Unidos e se envolveu em troca de ataques com a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), aliada de Carol de Toni.

“O Eduardo Bolsonaro está lá nos Estados Unidos, fazendo vídeo e dando pitaco na política de Santa Catarina. Ele devia era estar ajudando nossos empresários, que não conseguem exportar por causa da taxa. Pouso Redondo já teve mais de 200 demissões por causa do tarifaço. O senador Esperidião Amin ajudou. Se o Carlos quer representar Santa Catarina, que comece defendendo o estado — não os interesses dele”, afirmou.

O prefeito encerrou o vídeo com recado direto ao clã Bolsonaro: “Santa Catarina tem que ter senador que conhece Santa Catarina e a nossa gente. Se o Carlos quiser ser candidato aqui, que seja. A gente resolve na urna. Aí vamos ver quem é que vai levar o coice.”

O desabafo de Tambozi é mais um sintoma do esgotamento da influência da família Bolsonaro sobre o eleitorado e as lideranças locais do PL em Santa Catarina — estado que, paradoxalmente, foi um dos principais redutos do bolsonarismo no país.